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Parentes de líder na China acumulam bens em paraísos fiscais

Segundo investigação, os familiares de pelo menos cinco dirigentes do alto escalão do governo chinês contam com ativos no Caribe

Xi Jinping: na China, ter contas em paraísos fiscais não é uma prática ilegal, mas suscita dúvidas sobre a riqueza acumulada pela elite chinesa no poder (Mark Ralston/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 05h48.

Pequim - Os parentes de pelo menos cinco dirigentes do alto escalão do governo da China contam com ativos em paraísos fiscais do Caribe, segundo as informações de uma base documental divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês).

Os dados, que foram publicados por vários meios internacionais como a "BBC" e os jornais "The Guardian", "Le Monde" e "El País", revelam que pelo menos 13 familiares dos principais dirigentes da China, entre eles o presidente Xi Jinping e o ex-primeiro-ministro Wen Jiabao, utilizam esses paraísos fiscais.

A eles se somam 15 grandes empresários e companhias estatais chinesas.

No total, as informações do ICIJ, que foram baseados em 2,5 milhões de documentos vazados de duas companhias de serviços financeiros nas Ilhas Virgens Britânicas, mostram que mais de 21 mil clientes da China e Hong Kong utilizaram os paraísos fiscais.

Além disso, mencionam o papel de grandes bancos e empresas financeiras ocidentais como mediadores no estabelecimento de empresas nesses paraísos.

Na China, ter contas em paraísos fiscais não é uma prática ilegal, mas suscita dúvidas sobre a riqueza acumulada pela elite chinesa no poder.

Segundo o "Guardian", alguns cálculos estimam que, desde o ano 2000, saíram da China ativos não detectados de US$ 1 a 4 trilhões.


As autoridades chinesas não têm obrigação de divulgar seus ativos, e nos últimos tempos endureceram sua oposição aos movimentos populares que tentam pressionar em favor de uma maior transparência dos dirigentes, em um país com profundas desigualdades sociais.

De fato, os dados do ICIJ foram divulgados no mesmo dia do julgamento em Pequim do proeminente ativista Xu Zhiyong, fundador do movimento "Novo Cidadão", que reivindica o respeito à Constituição chinesa e um maior controle sobre os líderes do país.

Xu foi detido em julho de 2013 e é acusado de alterar a ordem pública, podendo ser condenado a cinco anos de prisão e existem poucas dúvidas de que será declarado culpado.

Entre os parentes de dirigentes que aparecem citados no relatório do ICIJ se encontra o cunhado do presidente Xi Jinping, Deng Jiahui, que possui a metade de uma companhia imobiliária baseada nas Ilhas Virgens.

Além disso, é citado o filho de Wen Jiabao, Wen Yunsong, e o genro do ex-primeiro-ministro Liu Chunhang.

O ex-primeiro-ministro já estava sob escrutínio depois que em 2012 o jornal "New York Times" publicou que sua família tinha acumulado bens no valor de US$ 2,7 bilhões durante sua etapa no poder (2003-2013).

Outros familiares de dirigentes com contas em paraísos fiscais são a filha do ex-primeiro-ministro Li Peng, Li Xiaolin, alta executiva de uma empresa estatal de eletricidade, e o genro do antigo líder chinês Deng Xiaoping, Wu Jianchang.

O relatório menciona também que vários dos empresários de destaque na China, inclusive a mulher mais rica do país, Yang Huiyan, promotora imobiliária, e o fundador do gigante tecnológico Tencent, Pony Ma.

Muitas empresas chinesas recorreram a subsidiárias em paraísos fiscais para evitar impostos e as restrições aos fluxos de capital existentes na República Popular e para vender produtos a um custo mais baixo.

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Os dados, que foram publicados por vários meios internacionais como a "BBC" e os jornais "The Guardian", "Le Monde" e "El País", revelam que pelo menos 13 familiares dos principais dirigentes da China, entre eles o presidente Xi Jinping e o ex-primeiro-ministro Wen Jiabao, utilizam esses paraísos fiscais.

A eles se somam 15 grandes empresários e companhias estatais chinesas.

No total, as informações do ICIJ, que foram baseados em 2,5 milhões de documentos vazados de duas companhias de serviços financeiros nas Ilhas Virgens Britânicas, mostram que mais de 21 mil clientes da China e Hong Kong utilizaram os paraísos fiscais.

Além disso, mencionam o papel de grandes bancos e empresas financeiras ocidentais como mediadores no estabelecimento de empresas nesses paraísos.

Na China, ter contas em paraísos fiscais não é uma prática ilegal, mas suscita dúvidas sobre a riqueza acumulada pela elite chinesa no poder.

Segundo o "Guardian", alguns cálculos estimam que, desde o ano 2000, saíram da China ativos não detectados de US$ 1 a 4 trilhões.


As autoridades chinesas não têm obrigação de divulgar seus ativos, e nos últimos tempos endureceram sua oposição aos movimentos populares que tentam pressionar em favor de uma maior transparência dos dirigentes, em um país com profundas desigualdades sociais.

De fato, os dados do ICIJ foram divulgados no mesmo dia do julgamento em Pequim do proeminente ativista Xu Zhiyong, fundador do movimento "Novo Cidadão", que reivindica o respeito à Constituição chinesa e um maior controle sobre os líderes do país.

Xu foi detido em julho de 2013 e é acusado de alterar a ordem pública, podendo ser condenado a cinco anos de prisão e existem poucas dúvidas de que será declarado culpado.

Entre os parentes de dirigentes que aparecem citados no relatório do ICIJ se encontra o cunhado do presidente Xi Jinping, Deng Jiahui, que possui a metade de uma companhia imobiliária baseada nas Ilhas Virgens.

Além disso, é citado o filho de Wen Jiabao, Wen Yunsong, e o genro do ex-primeiro-ministro Liu Chunhang.

O ex-primeiro-ministro já estava sob escrutínio depois que em 2012 o jornal "New York Times" publicou que sua família tinha acumulado bens no valor de US$ 2,7 bilhões durante sua etapa no poder (2003-2013).

Outros familiares de dirigentes com contas em paraísos fiscais são a filha do ex-primeiro-ministro Li Peng, Li Xiaolin, alta executiva de uma empresa estatal de eletricidade, e o genro do antigo líder chinês Deng Xiaoping, Wu Jianchang.

O relatório menciona também que vários dos empresários de destaque na China, inclusive a mulher mais rica do país, Yang Huiyan, promotora imobiliária, e o fundador do gigante tecnológico Tencent, Pony Ma.

Muitas empresas chinesas recorreram a subsidiárias em paraísos fiscais para evitar impostos e as restrições aos fluxos de capital existentes na República Popular e para vender produtos a um custo mais baixo.

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