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Parcela de ajuda à Grécia precisa do aval do FMI

Pagamento é esperado para o dia 15 de julho e pode evitar um default imediato

Mesmo com a ajuda, muitos observadores permanecem pessimistas sobre as chances de a Grécia honrar seus compromissos (Aris Messinis/AFP)

Mesmo com a ajuda, muitos observadores permanecem pessimistas sobre as chances de a Grécia honrar seus compromissos (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2011 às 08h58.

Londres - Os governos da zona do euro concordaram no sábado em enviar à Grécia a próxima parcela de 12 bilhões de euros do pacote de ajuda de 110 bilhões de euros fechado para o país no ano passado. Esses governos notaram, porém, que isso será feito apenas após o Fundo Monetário Internacional (FMI) dar seu aval. O pagamento é esperado para o dia 15 de julho. O Ministério das Finanças da Grécia disse, em nota, que o conselho do FMI deve reunir-se para aprovar a parcela no dia 8.

Os ministros de Finanças da zona do euro também se comprometeram a concordar sobre detalhes de um segundo pacote de ajuda para a Grécia "nas próximas semanas", em mais um sinal de que esse acordo não deve ser fechado até 11 de julho, como previsto inicialmente. Diplomatas europeus disseram que provavelmente a Grécia terá de esperar até setembro.

A aprovação do pagamento da parcela do pacote do ano passado era bastante esperada, após o Parlamento grego votar na semana passada um novo pacote de austeridade de 28 bilhões de euros para melhorar as finanças do país até 2015. A votação no Legislativo ocorreu duas semanas após o governo grego quase cair e em meio a grandes protestos populares contra os cortes de gastos.

Em teleconferência na noite do sábado, os ministros das Finanças elogiaram o "forte compromisso" do governo grego com as medidas de austeridade. E afirmaram que entregarão os 8,7 bilhões de euros correspondentes à parte da zona do euro, na próxima parcela de 12 bilhões do pacote do ano passado, assim que o FMI chancelar a iniciativa.

O dinheiro ajudará a Grécia a evitar um não pagamento (default) imediato. Muitos observadores permanecem pessimistas sobre as chances de a Grécia honrar seus compromissos, mesmo com a ajuda de um segundo pacote de ajuda da União Europeia e do FMI.

Os ministros notaram no comunicado que trabalham em maneiras de incluir o setor privado na ajuda e sinalizaram que é preciso haver ainda muito trabalho nesse sentido. Segundo eles, as "modalidades precisas e a escala" do envolvimento do setor privado e dos "financiamentos adicionais de fontes oficiais" serão determinados "nas próximas semanas".

Os governos europeus já disseram que gostariam que credores privados rolassem a maior parte dos 30 bilhões de títulos gregos previstos para 2014, para ajudar a financiar o pacote que poderia totalizar entre 90 bilhões e 120 bilhões de euros. O Eurogrupo deve revelar detalhes do segundo pacote de ajuda em 11 de julho.

Na sexta-feira, funcionários da zona do euro disseram que um segundo pacote pode ser fechado apenas em setembro, apesar da preocupação entre lideranças políticas em torno do risco de se exacerbar o nervosismo dos mercados financeiros pela situação grega. No sábado, uma autoridade que participou da teleconferência também notou que o avanço para um segundo pacote deve ser lento. Falando sob condição de anonimato, a fonte notou que a participação dos agentes privados ainda é muito pequena no momento, "muito menos do que o inicialmente desejado". As informações são da Dow Jones.

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