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Paraguai confirma reunião do Mercosul sobre Venezuela

"Será feita sim ou sim", disse o chanceler paraguio aos meios de comunicação


	Mercosul: reunião "será feita sim ou sim", disse o chanceler paraguio aos meios de comunicação
 (Norberto Duarte/AFP)

Mercosul: reunião "será feita sim ou sim", disse o chanceler paraguio aos meios de comunicação (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 15h31.

Assunção - A reunião de chanceleres do Mercosul convocada pelo Paraguai sobre a transferência da presidência temporária do bloco à Venezuela será realizada "sim ou sim" na próxima segunda-feira em Montevidéu, declarou nesta sexta-feira o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga.

"Será feita sim ou sim", disse aos meios de comunicação Loizaga, que reiterou que "na reunião todos contarão seus respectivos poderes para as decisões que devem ser tomadas".

Além disso, Loizaga disse que a chanceler da Argentina, Susana Malcorra, já confirmou sua participação e que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, possivelmente não comparecerá devido a uma viagem à China e deve ser representado por seus vice-ministros, que "têm todo o poder para tomar uma decisão".

A reunião, para qual não foi convocada a ministra das Relações Exteriores venezuelana, Delcy Rodríguez, foi solicitada em maio pelo Paraguai, que propõe seja realizada sob o marco do Protocolo de Ushuaia sobre Direitos Humanos e em respeito à democracia do Mercosul.

O Paraguai reiterou seu desacordo de que a presidência do Mercosul, atualmente ostentada pelo Uruguai, seja passada para Venezuela, e defende que seja assumida por um país com "credenciais democráticas, respeito aos direitos humanos e muita estabilidade econômica".

Nesse sentido, Loizaga declarou hoje que "o Paraguai não está de acordo com a transferência da presidência".

O chanceler acrescentou que o tempo de transferência da presidência pro tempore do Mercosul, que muda a cada seis meses em ordem alfabética, não está fixada nas normas do bloco, respondendo assim aos que sustentam que esse mandato deve ser transferido à Venezuela.

Do mesmo forma, Loizaga ressaltou que na presidência do Mercosul é preciso atuar como coordenador e executor das decisões do bloco, e não como voz unilateral de um país.

"Não se pode misturar políticas internas no exercício da presidência do Mercosul, nem excluir os problemas que se possa ter com outros países", disse Loizaga, citado em comunicado de Chancelaria.

O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai reiterou na quinta-feira sua intenção de traspassar a presidência, embora não tenha mencionado a Venezuela.

Nesta semana, Serra se reuniu com o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, e com seu colega no país, Rodolfo Nin Novoa, e lhes propôs adiar até meados de agosto a decisão sobre traspassar ou não à Venezuela a presidência temporária do bloco.

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