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Parada Gay tem noivas, valsa e discursos políticos

Movimentos pelos direitos dos homossexuais pedem trégua com religiosos

Parada Gay de São Paulo (Rogério Lacanna/Capricho)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2011 às 19h19.

São Paulo - A luta contra o preconceito marcou os discursos de militantes e políticos durante a 15ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), neste domingo em São Paulo. O desfile partiu às 13h30 da frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista e, por volta das 18 horas a multidão já estava na Avenida da Consolação. Mesmo com chuva, a expectativa era reunir 3 milhões de pessoas.

O tema deste ano, “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia", estava expresso em cartazes de rapazes sem camisa caracterizados como santos. A frase, em referência a uma passagem da Bíblia, pede uma trégua dos setores religiosos contra iniciativas que garantem os direitos dos homossexuais. O principal deles é Projeto de Lei Complementar 122, que criminaliza a homofobia e vem sendo combatido pela bancada evangélica no Congresso.

A senadora Marta Suplicy foi à parada e comprometeu-se a negociar com os parlamentares a aprovação do tema. Ela sugere que se apresente um novo projeto, com um novo número, também para criminalizar a homofobia, e se propôs a ser a relatora da proposta. “Demonizaram tanto o projeto que fica difícil aprová-lo com esse número. Como dizer que o demônio não é mais o demônio?”, disse Marta.


Para a senadora, o Congresso tem atuado de forma tímida na defesa da causa gay. “Foi o Supremo Tribunal Federal que aprovou a união estável homoafetiva. O Congresso se apequenou.”

Noivas e debutantes - A decisão do Supremo foi festejada durante a parada. Drag queens vestiram-se de noivas, com as cores do arco-íris, para celebrar a possibilidade de união entre pessoas do mesmo sexo, agora garantida pela Justiça. “Nós não queremos destruir a família de ninguém, queremos construir a nossa”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis.

Mas nem só de noivas fez-se a Parada Gay. A tarde foi também das debutantes. Para comemorar os quinze anos do evento, centenas de participantes abriram a marcha dançando valsa em frente ao Masp. Como já virou tradição, os trajes coloridos e com brilho foram predominantes, mas o desfile teve espaço também para personagens discretos, como famílias inteiras curiosas diante de tanta diversidade.

O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Ideraldo Luiz Beltrame, disse que a entidade intensificará a luta pelos direitos dos travestis e transexuais, ainda muito discriminados.

Segurança - De acordo com a Polícia Militar, a parada gay transcorre em clima de tranquilidade. Foram registrados casos de roubo de celulares e tráfico de entorpecentes. Um homem foi preso em flagrante em frente ao Parque Trianon com dezoito papelotes de cocaína. Ele foi conduzido ao 4º DP (Consolação). Mais de 1,4 mil policiais trabalham pela segurança do evento.

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São Paulo - A luta contra o preconceito marcou os discursos de militantes e políticos durante a 15ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), neste domingo em São Paulo. O desfile partiu às 13h30 da frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista e, por volta das 18 horas a multidão já estava na Avenida da Consolação. Mesmo com chuva, a expectativa era reunir 3 milhões de pessoas.

O tema deste ano, “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia", estava expresso em cartazes de rapazes sem camisa caracterizados como santos. A frase, em referência a uma passagem da Bíblia, pede uma trégua dos setores religiosos contra iniciativas que garantem os direitos dos homossexuais. O principal deles é Projeto de Lei Complementar 122, que criminaliza a homofobia e vem sendo combatido pela bancada evangélica no Congresso.

A senadora Marta Suplicy foi à parada e comprometeu-se a negociar com os parlamentares a aprovação do tema. Ela sugere que se apresente um novo projeto, com um novo número, também para criminalizar a homofobia, e se propôs a ser a relatora da proposta. “Demonizaram tanto o projeto que fica difícil aprová-lo com esse número. Como dizer que o demônio não é mais o demônio?”, disse Marta.


Para a senadora, o Congresso tem atuado de forma tímida na defesa da causa gay. “Foi o Supremo Tribunal Federal que aprovou a união estável homoafetiva. O Congresso se apequenou.”

Noivas e debutantes - A decisão do Supremo foi festejada durante a parada. Drag queens vestiram-se de noivas, com as cores do arco-íris, para celebrar a possibilidade de união entre pessoas do mesmo sexo, agora garantida pela Justiça. “Nós não queremos destruir a família de ninguém, queremos construir a nossa”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis.

Mas nem só de noivas fez-se a Parada Gay. A tarde foi também das debutantes. Para comemorar os quinze anos do evento, centenas de participantes abriram a marcha dançando valsa em frente ao Masp. Como já virou tradição, os trajes coloridos e com brilho foram predominantes, mas o desfile teve espaço também para personagens discretos, como famílias inteiras curiosas diante de tanta diversidade.

O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Ideraldo Luiz Beltrame, disse que a entidade intensificará a luta pelos direitos dos travestis e transexuais, ainda muito discriminados.

Segurança - De acordo com a Polícia Militar, a parada gay transcorre em clima de tranquilidade. Foram registrados casos de roubo de celulares e tráfico de entorpecentes. Um homem foi preso em flagrante em frente ao Parque Trianon com dezoito papelotes de cocaína. Ele foi conduzido ao 4º DP (Consolação). Mais de 1,4 mil policiais trabalham pela segurança do evento.

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