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Para ONU, situação na Síria é cada vez mais desoladora

Situação é cada vez mais precária não só na província de Homs, mas também em Idlib, Hama, na área rural de Damasco e em Daraa, diz órgão

A comissão da ONU denuncia em seu relatório o horror que a população síria suporta há meses (Reprodução/YouTube/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2012 às 21h28.

Genebra - O presidente da comissão da ONU que investiga as violações de direitos humanos na Síria, o brasileiro Paulo Pinheiro, disse nesta segunda-feira que a situação no país é cada vez mais desoladora e fez um apelo para que se 'rompa o ciclo da violência', evitando que o confronto armado gere uma guerra civil.

Ao apresentar o último relatório sobre a Síria ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, Pinheiro denunciou que a situação é cada vez mais precária não só na província de Homs - atacada por forças governamentais -, mas também em Idlib, Hama, na área rural de Damasco e em Daraa.

Em resposta, a delegação síria na ONU em Genebra rejeitou o relatório, acusou a comissão de ter 'caído na armadilha de permitir a instrumentalização de seu trabalho com fins políticos' e sustentou que os apelos por uma intervenção internacional 'constituem o início da partilha da Síria'.

Em seguida, responsabilizou 'grupos armados' dos abusos dos direitos humanos, afirmando que contam com a colaboração do movimento terrorista Al Qaeda.

O único ponto no qual o representante do regime sírio concordou com a comissão investigadora foi em que 'não há alternativas ao diálogo nacional que reúna todas as partes para chegar a uma reforma sem violência', mas em seguida continuou negando o documento e dizendo que suas conclusões 'não têm base jurídica'.


A comissão denuncia em seu relatório o horror que a população síria suporta há meses, mas aponta que 'grupos antigovernamentais também cometeram abusos', esclarecendo, no entanto, que 'há uma grande disparidade entre os meios que estes usam e os que são desdobrados pelas forças do regime'.

De maneira indireta, Pinheiro se referiu às acusações do governo sírio de que a oposição está sendo armada do exterior e disse que 'aumentar a militarização e fornecer armas não são a resposta correta à crise'.

Nesse sentido, o brasileiro afirmou que as autoridades sírias entregaram à comissão informações relacionadas ao financiamento e ao fornecimento de armas a grupos opositores.

Além disso, considerou que 'um diálogo nacional' é essencial para superar a situação atual, embora tenha reconhecido que esse tipo de solução 'pode não responder às expectativas e exigências de todas as partes envolvidas'.

Ao comentar o relatório na mesma sessão do CDH, o diplomata russo Mikhail Lebedev concordou que a solução à violência deve se basear no 'diálogo entre o governo e a oposição'.

Além disso, criticou o 'caráter destrutivo das sanções econômicas' contra a Síria, pelas quais vários países ocidentais optaram diante da impossibilidade de chegar a um acordo no Conselho de Segurança da ONU sobre sanções multilaterais.

Segundo Moscou, esse tipo de medidas atrapalha a chegada de ajuda humanitária à população.

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Genebra - O presidente da comissão da ONU que investiga as violações de direitos humanos na Síria, o brasileiro Paulo Pinheiro, disse nesta segunda-feira que a situação no país é cada vez mais desoladora e fez um apelo para que se 'rompa o ciclo da violência', evitando que o confronto armado gere uma guerra civil.

Ao apresentar o último relatório sobre a Síria ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, Pinheiro denunciou que a situação é cada vez mais precária não só na província de Homs - atacada por forças governamentais -, mas também em Idlib, Hama, na área rural de Damasco e em Daraa.

Em resposta, a delegação síria na ONU em Genebra rejeitou o relatório, acusou a comissão de ter 'caído na armadilha de permitir a instrumentalização de seu trabalho com fins políticos' e sustentou que os apelos por uma intervenção internacional 'constituem o início da partilha da Síria'.

Em seguida, responsabilizou 'grupos armados' dos abusos dos direitos humanos, afirmando que contam com a colaboração do movimento terrorista Al Qaeda.

O único ponto no qual o representante do regime sírio concordou com a comissão investigadora foi em que 'não há alternativas ao diálogo nacional que reúna todas as partes para chegar a uma reforma sem violência', mas em seguida continuou negando o documento e dizendo que suas conclusões 'não têm base jurídica'.


A comissão denuncia em seu relatório o horror que a população síria suporta há meses, mas aponta que 'grupos antigovernamentais também cometeram abusos', esclarecendo, no entanto, que 'há uma grande disparidade entre os meios que estes usam e os que são desdobrados pelas forças do regime'.

De maneira indireta, Pinheiro se referiu às acusações do governo sírio de que a oposição está sendo armada do exterior e disse que 'aumentar a militarização e fornecer armas não são a resposta correta à crise'.

Nesse sentido, o brasileiro afirmou que as autoridades sírias entregaram à comissão informações relacionadas ao financiamento e ao fornecimento de armas a grupos opositores.

Além disso, considerou que 'um diálogo nacional' é essencial para superar a situação atual, embora tenha reconhecido que esse tipo de solução 'pode não responder às expectativas e exigências de todas as partes envolvidas'.

Ao comentar o relatório na mesma sessão do CDH, o diplomata russo Mikhail Lebedev concordou que a solução à violência deve se basear no 'diálogo entre o governo e a oposição'.

Além disso, criticou o 'caráter destrutivo das sanções econômicas' contra a Síria, pelas quais vários países ocidentais optaram diante da impossibilidade de chegar a um acordo no Conselho de Segurança da ONU sobre sanções multilaterais.

Segundo Moscou, esse tipo de medidas atrapalha a chegada de ajuda humanitária à população.

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