Campo de refugiados: o exército birmanês lançou uma ofensiva contra rebeldes muçulmanos em agosto de 2017 (Andrew RC Marshall/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de março de 2018 às 17h19.
Uma especialista da ONU em direitos humanos afirmou nesta segunda-feira que a campanha de repressão contra os muçulmanos rohingyas em Mianmar tem "a marca de um genocídio" e que o governo deveria ser responsabilizado por isso.
Cerca de 700.000 rohingyas fugiram do estado de Rakain, no oeste de Mianmar, para se refugiar no vizinho Bangladesh, desde que o exército birmanês lançou uma ofensiva contra rebeldes muçulmanos em agosto de 2017.
Soldados e membros de milícias budistas foram acusados de saques, assassinatos e estupros.
O governo birmanês negou as acusações de limpeza étnica feitas pela ONU e os Estaos Unidos, alegando que só tinha se defendido dos ataques do Exército de Salvação de Arakan - outro nome de Rakain- (ARSA), um grupo rebelde armado.
Mas nesta segunda-feira, a relatora especial da ONU sobre Mianmar, Yanghee Lee, declarou: "Estou cada vez mais convencida de que os crimes cometidos (...) têm a marca de um genocídio e exigem um estudo de responsabilidades", afirmou ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
Lee, que foi proibida de entrar em Mianmar, cobrou a abertura de uma investigação sobre esses eventos com o apoio da ONU em Bangladesh.