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Para Brice Lalonde, Rio+20 é uma vacina obrigatória

"Há sempre uma tensão entre o desenvolvimento sustentável e meio ambiente"

Para Lalonde o mais empolgante é a possibilidade de estabelecer objetivos concretos para toda a Humanidade (©AFP / Antonio Scorza)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 13h28.

Rio de Janeiro - Brice Lalonde, co-coordenador da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20 , disse em entrevista à AFP que a conferência constitui uma espécie de "vacina de reforço obrigatória", particularmente difícil com governos ocupados com a crise.

Em sua perspectiva, como está a conferência Rio+20 sobre desenvolvimento sustentável?

Brice Lalonde: Está difícil, em um momento em que a maioria dos governos pensam em outra coisa, tem um aspecto de vacina de reforço obrigatória. Todos eles consideram que isso é importante, no entanto, agir coletivamente é mais difícil, apesar das mensagens cada vez mais alarmistas dos cientistas. Há sempre uma tensão entre o desenvolvimento sustentável e meio ambiente, mas a tensão é menor do que antes, porque mais e mais países em desenvolvimento estão percebendo que o capital natural faz parte do seu desenvolvimento.

O que é mais importante no projeto de texto de conclusão?

BL: O mais emocionante é a idéia de objetivos concretos de desenvolvimento sustentável para toda a humanidade, para os próximos 20 anos. Os objetivos vão envolver tanto os ricos quanto os pobres, pode de repente ser uma nova etapa na história da ONU: em vez de ser um diálogo difícil entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, alguns destinatários, outros doadores, temos uma discussão da família das nações que tem problemas comuns e que devem fazer um esforço para tentar resolvê-los conjuntamente.

Quanto à elaboração intelectual destes objetivos, não é tão simples, porque a resposta não é emergencial, como enviar sacos de arroz por avião, mas está em encontrar objetivos que transformam as coisas.

Para que serve este tipo de conferência?

BL: Como não há uma governança global, a ação começa ao nível local e, em seguida, é preciso explicar aos outros como funciona. As pessoas vêm para discutir, partilhar as suas esperanças, suas dificuldades, dizer aos governos que eles poderiam fazer mais, empurrá-los para prestar contas para o planeta. Isso acontece aqui, há muitas ONGs apaixonadas, é assim que progride. Ao contrário de 1992, todos os países têm agora a sua própria estratégia de desenvolvimento sustentável.

Nós nos reunimos também porque há coisas a fazer em comum, como ir além do PIB. A declaração final da cúpula também é importante porque o texto está baseado em demandas locais, isso legitima o que as pessoas fazem ao seu nível.

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Em sua perspectiva, como está a conferência Rio+20 sobre desenvolvimento sustentável?

Brice Lalonde: Está difícil, em um momento em que a maioria dos governos pensam em outra coisa, tem um aspecto de vacina de reforço obrigatória. Todos eles consideram que isso é importante, no entanto, agir coletivamente é mais difícil, apesar das mensagens cada vez mais alarmistas dos cientistas. Há sempre uma tensão entre o desenvolvimento sustentável e meio ambiente, mas a tensão é menor do que antes, porque mais e mais países em desenvolvimento estão percebendo que o capital natural faz parte do seu desenvolvimento.

O que é mais importante no projeto de texto de conclusão?

BL: O mais emocionante é a idéia de objetivos concretos de desenvolvimento sustentável para toda a humanidade, para os próximos 20 anos. Os objetivos vão envolver tanto os ricos quanto os pobres, pode de repente ser uma nova etapa na história da ONU: em vez de ser um diálogo difícil entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, alguns destinatários, outros doadores, temos uma discussão da família das nações que tem problemas comuns e que devem fazer um esforço para tentar resolvê-los conjuntamente.

Quanto à elaboração intelectual destes objetivos, não é tão simples, porque a resposta não é emergencial, como enviar sacos de arroz por avião, mas está em encontrar objetivos que transformam as coisas.

Para que serve este tipo de conferência?

BL: Como não há uma governança global, a ação começa ao nível local e, em seguida, é preciso explicar aos outros como funciona. As pessoas vêm para discutir, partilhar as suas esperanças, suas dificuldades, dizer aos governos que eles poderiam fazer mais, empurrá-los para prestar contas para o planeta. Isso acontece aqui, há muitas ONGs apaixonadas, é assim que progride. Ao contrário de 1992, todos os países têm agora a sua própria estratégia de desenvolvimento sustentável.

Nós nos reunimos também porque há coisas a fazer em comum, como ir além do PIB. A declaração final da cúpula também é importante porque o texto está baseado em demandas locais, isso legitima o que as pessoas fazem ao seu nível.

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