Para Alemanha, investidor deve se preparar para perdas
Ministro das Finanças Wolfgang Schaueble quer que mercado financeiro participe de plano para lidar com ajuste fiscal da zona do euro
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 12h26.
Frankfurt - Os investidores devem estar preparados para enfrentar perdas junto com os governos da zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda), se um membro do bloco declarar default (falência) depois de 2013, afirmou o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble. "Os investidores financeiros devem participar" num plano permanente para lidar com a crise fiscal dos países da zona do euro, afirmou o ministro, durante conferência bancária em Frankfurt, na Alemanha.
A insistência da Alemanha para que os investidores privados enfrentem os prejuízos, se países da zona do euro declararem default no futuro, agitou os mercados na semana passada e levou muitos países a reclamarem de que a ideia está elevando o custo dos empréstimos nos mercados financeiros. Mas Schaeuble e a chanceler alemã, Angela Merkel, defenderam firmemente que os contribuintes não devem ser convocados a intervir e salvar os países em dificuldades de novo, como ocorreu na Grécia em maio.
Schaeuble também afirmou que o mecanismo de resolução das crises europeias, que pode dividir com os credores privados o custo de um eventual resgate financeiro, deve minimizar o risco moral, um problema sério para qualquer grupo permanente de ajuda disponível para o país que negligencia suas finanças. O ministro disse ainda que estava confiante que os líderes da União Europeia chegariam a um acordo para apoiar o novo mecanismo, incluindo uma mudança do Tratado de Lisboa, a fim de fortalecer seus efeitos mais severos.
Merkel afirmou que o governo da Alemanha não está pressionando a Irlanda a implementar qualquer medida fiscal concreta ou aceitar um pacote de ajuda da zona do euro, segundo o porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert. O porta-voz também declarou que o governo alemão "apoia" os planos "corajosos" da Irlanda para reduzir o seu déficit orçamentário. As informações são da Dow Jones.