Paquistão suspende internet móvel e fecha fronteiras em dia de eleição geral
País enfrenta crise econômica profunda e polarização política
Repórter colaborador
Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 06h53.
Ao menos cinco pessoas morreram em ataques no Paquistão nesta quinta-feira. As informações são da Reuters.
O Paquistão, que tem eleições gerais nesta quinta-feira, suspendeu os serviços de telefonia celular e fechou alguns trechos de sua fronteira com o Irã e Afeganistão para "manter a lei e a ordem", segundo o ministro do interior do país.
Na quarta-feira, ao menos 26 pessoas morreram em duas explosões que aconteceram perto de escritórios de candidatos na província de Baluchistão. O Estado Islâmico reivindicou os atentados. Milhares de policiais estão espalhados pelas ruas e nos arredores de locais de votação.
Além da violência terrorista, o Paquistão enfrenta um cenário desafiador. As eleições acontecem num misto de crise econômica profunda e polarização política. O movimento de suspender a internet móvel gerou críticas da oposição. Bilawal Bhutto Zardari, filho da ex-premiê Benazir Bhutto, pediu a "retomada imediata do serviço".
O chefe da Comissão Eleitoral do país falou que a decisão de suspender as redes móveis veio de agências governamentais depois dos atos violentos da quarta-feira e que o órgão eleitoral não iria intervir no assunto.
A decisão de suspender a internet móvel fez com que os apoiadores de Imran Khan, ex-primeiro-ministro preso desde agosto após ter sido considerado culpado de corrupção e condenado a três anos de prisão, intensificassem os protestos violentos pelo país. A ordem para eles é aguardar a apuração do lado de fora das zonas eleitorais, o que só aumenta a tensão. Khan, aliás, depositou seu voto via correio nesta quinta.
A principal disputa deve ocorrer entre os candidatos apoiados por Khan, cujo partido ganhou a última eleição geral, e a Liga Islâmica do Paquistão, do ex-premiê Nawaz Sharif.
Os resultados devem sair nesta sexta-feira.