Paquistão nega cumplicidade com uso de drones
Autoridades do Paquistão se distanciaram de qualquer cumplicidade com os Estados Unidos no controvertido uso de aviões não tripulados (drones)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 08h48.
Islamabad - As autoridades do Paquistão se distanciaram de qualquer cumplicidade com os Estados Unidos no controvertido uso de aviões não tripulados ou drones para atacar refúgios jihadistas em território paquistanês, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
"Tenha havido ou não acordos no passado, o atual governo foi muito claro a respeito", disse ontem o porta-voz das Relações Exteriores paquistanês, Aizaz Chaudhry, que se manteve firme na rejeição oficial ao uso de aviões espiões no Paquistão.
O assunto voltou a ganhar as capas no país asiático depois da cúpula que na quarta-feira mantiveram em Washington os líderes de ambos os países, Barack Obama e Nawaz Sharif, e do vazamento nos EUA de dados que indicam a conivência paquistanesa.
Segundo uma informação publicada ontem pelo "Washington Post" e assinada por Greg Miller e Bob Woodward, um dos repórteres que desencadeou o "Watergate", o governo paquistanês apoiou durante anos e de maneira secreta os ataques aéreos orquestrados pela CIA.
O "Post" teve acesso a documentos confidenciais da inteligência americana e os publicou no dia seguinte da cúpula e dias depois que Anistia Internacional emitiu um relatório denunciando a morte de civis paquistaneses em ataques com drones.
A reportagem enfoca sobretudo a fase em que esses bombardeios se intensificaram após a chegada à Casa Branca de Obama em 2009, mas foi desmentida pelo então embaixador paquistanês em Washington, Hussein Haqqani.
"O governo dos EUA simplesmente informava ao nosso governo sobre quais, segundo seus dados, eram os danos causados pelos ataques com drones", assegurou o ex-diplomático em declarações divulgadas hoje pelo diário local "Dawn".
Sua sucessora, Sherry Rehmán, embaixadora entre 2012 e maio passado, desmentiu através de sua conta no Twitter que os bombardeios contassem com o "consentimento" do governo paquistanês enquanto ela foi a representante em Washington.
Segundo a imprensa local, Nawaz Sharif exigiu a Obama o fim das operações com drones em território paquistanês, apesar de o assunto não ter sido sequer mencionado no comunicado conjunto emitido por ambos os governos após a cúpula de quarta-feira.
Um membro da comitiva do primeiro-ministro paquistanês garantiu ao jornal "Express Tribune" que Obama se comprometeu a acabar "em breve" com os ataques de aviões espiões e que as autoridades paquistanesas acham que os bombardeios se deterão em "questão de meses".
Desde 2004 houve mais de 360 ataques com veículos não tripulados no noroeste do Paquistão, nos quais morreram cerca de 3 mil pessoas, embora a falta de dados contrastados torne difícil verificar o número e a natureza dos mortos.
A morte de civis nesses bombardeios se transformou em ponto de atrito cada vez maior entre Islamabad e Washington.
Islamabad - As autoridades do Paquistão se distanciaram de qualquer cumplicidade com os Estados Unidos no controvertido uso de aviões não tripulados ou drones para atacar refúgios jihadistas em território paquistanês, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
"Tenha havido ou não acordos no passado, o atual governo foi muito claro a respeito", disse ontem o porta-voz das Relações Exteriores paquistanês, Aizaz Chaudhry, que se manteve firme na rejeição oficial ao uso de aviões espiões no Paquistão.
O assunto voltou a ganhar as capas no país asiático depois da cúpula que na quarta-feira mantiveram em Washington os líderes de ambos os países, Barack Obama e Nawaz Sharif, e do vazamento nos EUA de dados que indicam a conivência paquistanesa.
Segundo uma informação publicada ontem pelo "Washington Post" e assinada por Greg Miller e Bob Woodward, um dos repórteres que desencadeou o "Watergate", o governo paquistanês apoiou durante anos e de maneira secreta os ataques aéreos orquestrados pela CIA.
O "Post" teve acesso a documentos confidenciais da inteligência americana e os publicou no dia seguinte da cúpula e dias depois que Anistia Internacional emitiu um relatório denunciando a morte de civis paquistaneses em ataques com drones.
A reportagem enfoca sobretudo a fase em que esses bombardeios se intensificaram após a chegada à Casa Branca de Obama em 2009, mas foi desmentida pelo então embaixador paquistanês em Washington, Hussein Haqqani.
"O governo dos EUA simplesmente informava ao nosso governo sobre quais, segundo seus dados, eram os danos causados pelos ataques com drones", assegurou o ex-diplomático em declarações divulgadas hoje pelo diário local "Dawn".
Sua sucessora, Sherry Rehmán, embaixadora entre 2012 e maio passado, desmentiu através de sua conta no Twitter que os bombardeios contassem com o "consentimento" do governo paquistanês enquanto ela foi a representante em Washington.
Segundo a imprensa local, Nawaz Sharif exigiu a Obama o fim das operações com drones em território paquistanês, apesar de o assunto não ter sido sequer mencionado no comunicado conjunto emitido por ambos os governos após a cúpula de quarta-feira.
Um membro da comitiva do primeiro-ministro paquistanês garantiu ao jornal "Express Tribune" que Obama se comprometeu a acabar "em breve" com os ataques de aviões espiões e que as autoridades paquistanesas acham que os bombardeios se deterão em "questão de meses".
Desde 2004 houve mais de 360 ataques com veículos não tripulados no noroeste do Paquistão, nos quais morreram cerca de 3 mil pessoas, embora a falta de dados contrastados torne difícil verificar o número e a natureza dos mortos.
A morte de civis nesses bombardeios se transformou em ponto de atrito cada vez maior entre Islamabad e Washington.