Mundo

Papa pede soluções pacíficas para a Líbia

O Vaticano apoia a intervenção no país, mas desde que seja liderada pela ONU, diz secretário de Estado


	Papa Francisco, em discurso: o pontífice pediu que fiéis orassem pela paz no Oriente Médio e no Norte da África, lembressem os mortos, os feridos e os refugiados
 (Max Rossi/Reuters)

Papa Francisco, em discurso: o pontífice pediu que fiéis orassem pela paz no Oriente Médio e no Norte da África, lembressem os mortos, os feridos e os refugiados (Max Rossi/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 14h41.

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco convocou nesta quarta-feira a comunidade internacional a buscar soluções pacíficas para a grave situação na Líbia, diante da reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU convocada ante o avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"Oremos pela paz no Oriente Médio e no Norte da África, lembremos os mortos, os feridos e os refugiados", pediu o Papa diante de 9.000 peregrinos que acompanhavam a saudação do pontífice na Praça de São Pedro sob um sol forte.

"Espero que a comunidade internacional possa encontrar soluções pacíficas para a difícil situação na Líbia", disse Francisco, que voltou a pedir orações por "nossos irmãos egípcios assassinados há três dias na Líbia apenas pelo fato de serem cristãos", reiterou.

Após a decapitação na Líbia de 21 coptas por parte do EI, o Egito convocou a ONU a intervir na Líbia, um país dividido em diferentes redutos das milícias, algumas jihadistas.

A Santa Sé apoia uma intervenção na Líbia, "mas sob a égide da ONU", disse nesta quarta-feira o secretário de Estado vaticano, Pietro Parolin, em declarações à Rádio Vaticana.

Parolin se reuniu na terça-feira com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com o chefe de governo Matteo Renzi, com quem analisou a grave situação na Líbia.

França e Itália exigem novas medidas para a Líbia e o governo italiano não descarta participar militarmente, mas apenas no âmbito da ONU e dentro de uma operação para manter a paz, disse Renzi na segunda-feira.

"O avanço do Estado Islâmico na Líbia deve ser contido", disse o cardeal Parolin, depois de garantir que "é preciso intervir em breve, mas sob a égide da ONU".

"É necessário um amplo consenso internacional", acrescentou.

A proposta de intervir militarmente na Líbia divide a Itália, que fechou sua embaixada em Trípoli e repatriou os italianos residentes no país, que foi colônia italiana.

Possíveis atentados contra a Santa Sé geram preocupação em alguns setores, mas o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, negou que existissem ameaças particulares contra o Vaticano.

O cardeal Parolin convidou a vigiar, mas sem cair no alarmismo diante da propaganda dos jihadistas, que dizem ter abandonado as colinas da Síria e estar ao sul de Roma.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaConselho de Segurança da ONULíbiaPapa FranciscoPapas

Mais de Mundo

Oposição venezuelana denuncia 'obstáculos' para credenciar fiscais eleitorais

Macron se recusa a nomear candidata da esquerda a primeira-ministra na França

Em primeiro comício desde saída de Biden, Kamala afirma que seu governo será 'do povo'

Capitólio dos EUA se blinda contra possíveis protestos durante visita de Netanyahu

Mais na Exame