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Papa pede que a riqueza esteja a serviço da humanidade

O pontífice espera que o fórum se traduza em "uma ocasião para refletir sobre as causas da crise econômica"

Papa Francisco: Francisco parafraseou seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, ao afirmar que crescer com igualdade "exige algo mais que o mero crescimento econômico" (Alessandro Bianchi/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 16h54.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco mostrou nesta terça-feira sua preocupação com a situação econômica do mundo e seus efeitos sobre a vida das pessoas, e pediu, em carta ao Fórum de Davos, que "a riqueza esteja a serviço da humanidade, não para governá-la".

A mensagem foi enviada ao professor alemão Klaus Schwab, presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, que se reunirá a partir de amanhã e até o próximo dia 25 na cidade suíça de Davos para analisar a situação econômica e financeira global.

O pontífice espera que o fórum se traduza em "uma ocasião para refletir sobre as causas da crise econômica".

O papa censurou na carta que, apesar dos avanços em todos os campos durante os últimos anos, ainda siga havendo vários casos de exclusão social.

"Os sucessos conseguidos e que levaram à redução da pobreza de um grande número de pessoas frequentemente representaram também uma difusa exclusão social. De fato, a maior parte dos homens e das mulheres de nosso tempo vive ainda sob uma precariedade cotidiana, com consequências em algumas ocasiões dramáticas", ressaltou.

Neste sentido, criticou a distribuição global de recursos ao lembrar que ainda hoje milhões de pessoas morrem de fome, apesar de que a cada dia se desperdicem enormes quantidades de alimentos.

"Não se pode tolerar que milhões de pessoas morram a cada dia de fome, principalmente quando existem quantidades ingentes de comida que, frequentemente, são simplesmente desperdiçadas", comentou o papa.


Do mesmo modo, e da mesma forma que durante o Ângelus do domingo passado, Francisco voltou a mostrar sua preocupação pelas pessoas que arriscam sua vida para sair de seus países de origens.

"Também não podemos ficar indiferentes aos vários migrantes que partem rumo à morte em viagens desumanas", lembrou na carta.

Francisco também parafraseou seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, ao afirmar que crescer com igualdade "exige algo mais que o mero crescimento econômico".

Para argumentar sua opinião, Francisco se baseou em uma citação da encíclica que o papa alemão publicou em 2009, "Caritas in veritate" ("O cuidado na verdade"), por meio da qual assegurou que um crescimento com igualdade representa "uma visão transcendente da pessoa porque, sem a prospectiva de uma vida eterna, o progresso humano neste mundo carece de encorajamento".

Dessa forma, o bispo de Roma se mostrou convencido que, a partir desta visão, preconizada por Bento XVI em sua encíclica há meia década, "poderia formar-se uma nova mentalidade política e empresarial, capaz de julgar todas as ações econômicas e financeiras desde a óptica de uma ética verdadeiramente humana".

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Cidade do Vaticano - O papa Francisco mostrou nesta terça-feira sua preocupação com a situação econômica do mundo e seus efeitos sobre a vida das pessoas, e pediu, em carta ao Fórum de Davos, que "a riqueza esteja a serviço da humanidade, não para governá-la".

A mensagem foi enviada ao professor alemão Klaus Schwab, presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, que se reunirá a partir de amanhã e até o próximo dia 25 na cidade suíça de Davos para analisar a situação econômica e financeira global.

O pontífice espera que o fórum se traduza em "uma ocasião para refletir sobre as causas da crise econômica".

O papa censurou na carta que, apesar dos avanços em todos os campos durante os últimos anos, ainda siga havendo vários casos de exclusão social.

"Os sucessos conseguidos e que levaram à redução da pobreza de um grande número de pessoas frequentemente representaram também uma difusa exclusão social. De fato, a maior parte dos homens e das mulheres de nosso tempo vive ainda sob uma precariedade cotidiana, com consequências em algumas ocasiões dramáticas", ressaltou.

Neste sentido, criticou a distribuição global de recursos ao lembrar que ainda hoje milhões de pessoas morrem de fome, apesar de que a cada dia se desperdicem enormes quantidades de alimentos.

"Não se pode tolerar que milhões de pessoas morram a cada dia de fome, principalmente quando existem quantidades ingentes de comida que, frequentemente, são simplesmente desperdiçadas", comentou o papa.


Do mesmo modo, e da mesma forma que durante o Ângelus do domingo passado, Francisco voltou a mostrar sua preocupação pelas pessoas que arriscam sua vida para sair de seus países de origens.

"Também não podemos ficar indiferentes aos vários migrantes que partem rumo à morte em viagens desumanas", lembrou na carta.

Francisco também parafraseou seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, ao afirmar que crescer com igualdade "exige algo mais que o mero crescimento econômico".

Para argumentar sua opinião, Francisco se baseou em uma citação da encíclica que o papa alemão publicou em 2009, "Caritas in veritate" ("O cuidado na verdade"), por meio da qual assegurou que um crescimento com igualdade representa "uma visão transcendente da pessoa porque, sem a prospectiva de uma vida eterna, o progresso humano neste mundo carece de encorajamento".

Dessa forma, o bispo de Roma se mostrou convencido que, a partir desta visão, preconizada por Bento XVI em sua encíclica há meia década, "poderia formar-se uma nova mentalidade política e empresarial, capaz de julgar todas as ações econômicas e financeiras desde a óptica de uma ética verdadeiramente humana".

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