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Papa pede diálogo com Islã e mais esforços pelos pobres

Novo pontífice fez o apelo em em um discurso a diplomatas acreditados no Vaticano, enviando uma mensagem aos líderes dos mais de 170 países com os quais mantém relações

Papa Francisco participa de missa inaugural na Praça de São Pedro, no Vaticano (Paul Hanna/Reuters)

Papa Francisco participa de missa inaugural na Praça de São Pedro, no Vaticano (Paul Hanna/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2013 às 08h27.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco instou o Ocidente na sexta-feira a intensificar o diálogo com o Islã e pediu mais esforços ao mundo para combater a pobreza.

O novo pontífice fez o apelo em em um discurso a diplomatas acreditados no Vaticano, enviando uma mensagem por meio deles aos líderes dos mais de 170 países com os quais o Vaticano mantém relações diplomáticas.

Falando em italiano, o papa também fez outro apelo apaixonado em favor da defesa dos pobres e do meio ambiente e disse que os países mais ricos devem lutar contra o que ele chamou de "pobreza espiritual de nossos tempos" e afirmou que precisam reforçar laços com Deus.

"Quantas pessoas pobres que ainda existem no mundo! E o grande sofrimento que eles têm de suportar!", disse aos diplomatas em audiência na Sala Regia, no Vaticano.

Francisco pediu aos diplomatas que ajudem a manter a religião em uma posição central na vida pública e a promover o diálogo inter-religioso como um catalisador dos esforços para construir a paz.

"Neste trabalho (de construção da paz), o papel da religião é fundamental. Não é possível construir pontes entre as pessoas esquecendo de Deus", disse.

"Mas o inverso também é verdadeiro: não é possível estabelecer laços verdadeiros com Deus ignorando os outros. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as várias religiões, e eu estou pensando particularmente do diálogo com o Islã." Francisco, o ex-cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, disse que está agradecido, pois muitos líderes religiosos muçulmanos e civis participaram da sua missa inaugural na terça-feira.

"Combater a pobreza, tanto material como espiritualmente, construir a paz e pontes: estes, por assim dizer, são os pontos de referência para uma jornada que quero convidar cada um dos países aqui representados a assumir", disse.

O pontífice destacou a importância de proteger o meio ambiente ao explicar por que decidiu assumir o nome de São Francisco de Assis, que está associado à austeridade, à ajuda aos pobres e ao amor pela natureza.

"Aqui também, isso me ajuda a pensar no nome de (São) Francisco, que nos ensina o respeito profundo por toda criação e proteção de nosso meio ambiente, que muitas vezes, em vez de usar para o bem, nós exploramos avidamente, um em detrimento do outro", disse.

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