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Palestinos esperam libertação de prisioneiros por Israel

Autoridade palestina afirmou que libertação de um novo contingente de prisioneiros não acontecerá neste sábado, como previsto nas negociações de paz


	Mulher palestina exibe retrato de um dos prisioneiros: "presos não serão libertados hoje (...) talvez nos próximos dias", disse ministro palestino dos Prisioneiros, Issa Qaraqaë
 (Abbas Momani/Reuters)

Mulher palestina exibe retrato de um dos prisioneiros: "presos não serão libertados hoje (...) talvez nos próximos dias", disse ministro palestino dos Prisioneiros, Issa Qaraqaë (Abbas Momani/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 11h48.

Ramallah - Uma autoridade palestina afirmou que a libertação de um novo contingente de prisioneiros por Israel não acontecerá neste sábado, como previsto nas negociações de paz, mas que espera uma ação em breve.

"Os presos não serão libertados hoje (...) talvez nos próximos dias", disse à AFP o ministro palestino dos Prisioneiros, Issa Qaraqaë.

"Comunicamos às famílias dos prisioneiros que eles não seriam libertados hoje", indicou. "Estão sendo feitos esforços para resolver a crise e eu acredito que tudo será resolvido em 24 horas".

Jibril Rajoub, um dos líderes do Fatah, movimento do presidente Mahmoud Abbas, afirmou na sexta-feira que o governo israelense havia informado os palestinos, "através do mediador e promotor americano do processo de paz, que não estaria de acordo com a libertação do quarto contingente de prisioneiros programada" para este sábado.

"Israel recusou-se a honrar a lista dos nomes dos prisioneiros que havia acordado", presos por Israel antes dos acordos de Oslo sobre a autonomia palestina em 1993, afirmou Rajoub, considerando a atitude como um "tapa na administração americana".

Questionadas pela AFP, as autoridades israelenses se recusaram a comentar o assunto, mas o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que iria cancelar a última etapa de libertação, devido ao agravamento do clima com os palestinos.

Um acordo intermediado pelo secretário de Estado americano John Kerry permitiu a retomada em julho das negociações de paz, após a suspensão de três anos, por um período de nove meses, que expira no final de abril.

Segundo este acordo, em troca da libertação de quatro contingentes de 104 prisioneiros por Israel -78 já foram libertados-, a direção palestina se comprometeu em suspender, durante os nove meses, todo o processo de adesão a organizações internacionais, incluindo um processo judicial contra Israel, como o status de estado observador obtido em novembro de 2012 nas Nações Unidas dá o direito.

O secretário-geral do Comitê Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Yasser Abed Rabbo, advertiu esta semana que, se Israel não libertar os prisioneiros, os palestinos vão se voltar para a ONU.


De acordo com uma pesquisa publicada neste sábado pelo Centro Palestino de Opinião Pública, 87% dos palestinos acreditam que a liderança palestina deve retomar sua ofensiva diplomática na ONU se os prisioneiros não forem libertados.

A libertação dessas pessoas "é um pré-requisito para qualquer progresso nas negociações", indica o centro, enquanto a grande maioria dos palestinos consideram a questão dos prisioneiros como "um dos pontos mais importantes" a serem abordados para continuar o processo de paz.

'Sem compromisso'

Esta disputa sobre os prisioneiros aumentou as tensões e colocou em dúvida o processo de paz de Kerry, que luta para obter de ambas as partes um acordo-quadro para as negociações.

Em uma reunião em Amã na quarta-feira com Kerry, o presidente Abbas recusou "qualquer compromisso" sobre a libertação e discussão sobre outras questões, de acordo com uma autoridade palestina.

Na sexta-feira, a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, negou que as negociações estacionaram, garantindo que o enviado americano Martin Indyk e a equipe de negociação iria "continuar a trabalhar nos próximos dias (...) para ajudar (as duas partes) a reduzir suas diferenças".

De acordo com a imprensa israelense , Netanyahu pode concordar em libertar os prisioneiros se o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, perdoar Jonathan Pollard, um ex-analista da Marinha americana condenado à prisão perpétua por espionar para Israel.

Quarta-feira, Psaki negou categoricamente esta informação. A disputa sobre prisioneiros está longe de ser o único ponto de discórdia comprometendo o processo de paz.

A proliferação de anúncios de projetos de colonização israelenses, condenados pela comunidade internacional, incluindo Washington, também irritam os palestinos.

Netanyahu exige, por sua vez, que os palestinos reconheçam Israel como "o Estado nação do povo judeu", o que eles se recusam.

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