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Países ricos desafiam Trump com plano de aliviar dívida de Cuba

Os EUA fizeram lobby contra a suspensão, mas não podem vetar a iniciativa porque a aprovação não exige o consenso de todos os 22 membros do Clube de Paris

Cuba: em 2019, a ilha caribenha devia US$ 5,2 bilhões para os países do Clube de Paris (Lost Horizon Images/Getty Images)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 15h13.

Última atualização em 16 de outubro de 2020 às 19h32.

Membros do Clube de Paris, um grupo informal de países ricos, estão perto de suspender as obrigações de dívida de Cuba neste ano, medida que desafia as tentativas dos Estados Unidos de bloquear qualquer alívio financeiro para a ilha.

Um grupo de mais de uma dúzia de países do grupo de credores com sede em Paris deve concordar com um pedido de Cuba para adiar o pagamento da dívida com essas nações que vence no fim de outubro, de acordo com três pessoas a par das negociações. A decisão visa ajudar o país caribenho a mitigar as consequências da pandemia, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

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Nem o montante total do alívio nem a duração da moratória foram informados. Cuba, que devia 5,2 bilhões de dólares para o Clube de Paris em dezembro de 2019, havia inicialmente solicitado uma suspensão dos pagamentos por dois anos. Schwan Badirou-Gafari, secretário-geral do Clube de Paris, não quis comentar.

Os efeitos devastadores da pandemia sobre a economia neste ano aumentaram a pressão sobre países ricos para perdoar ou reprogramar obrigações das nações mais pobres. No início desta semana, as maiores economias concordaram em renovar uma iniciativa de alívio da dívida para os países de baixa renda até pelo menos o primeiro semestre de 2021. Cuba não se qualifica para esse alívio.

Os Estados Unidos, que fizeram lobby contra a suspensão, não podem vetar a iniciativa de moratória porque a aprovação não exige o consenso de todos os 22 membros do clube, disseram as pessoas. As negociações são realizadas separadamente entre Cuba e um grupo de 14 credores, que inclui Reino Unido, Espanha, Japão e Canadá, disseram.

No início do ano, o governo do presidente Donald Trump entrou em contato com membros do Clube de Paris para tentar barrar o adiamento, de acordo com duas pessoas a par do assunto. A Casa Branca pressiona seu ex-inimigo da Guerra Fria com uma postura que é popular entre eleitores hispânicos conservadores da Flórida, um estado-chave nas eleições presidenciais de 3 de novembro. A Casa Branca não quis comentar quando contatada pela Bloomberg News.

O Clube de Paris se uniu ao G-20 ao adiar potenciais 12 bilhões de dólares em pagamentos de dívidas de 73 dos países mais pobres do mundo.

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