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Países da África podem enfrentar "desastre duplo", diz Oxfam

Em Libéria, Guiné e Serra Leoa parte da população está enfrentando dificuldades para se manter depois que seus rendimentos despencaram por causa da doença

Em Libéria, Guiné e Serra Leoa parte da população está enfrentando dificuldades para se manter depois que seus rendimentos despencaram por causa da doença (Francisco Leong/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 10h22.

Londres - Os três países da África Ocidental mais afetados pelo ebola se arriscam a enfrentar um "duplo desastre", a menos que um plano de muitos milhões de dólares seja posto em prática para ajudar a recuperar as suas economias, disse a Oxfam nesta terça-feira.

Em Libéria, Guiné e Serra Leoa parte da população está enfrentando dificuldades para se manter depois que seus rendimentos despencaram por causa da doença, de acordo com a entidade beneficente.

"O mundo demorou para acordar para a crise do ebola. Não pode haver desculpas para não ajudar essas economias e vidas a voltarem ao normal", disse o diretor-executivo da Oxfam, Mark Goldring, durante uma visita à Libéria.

Ele disse que um "Plano Marshall" pós-ebola deveria abordar três áreas de necessidade urgente: dinheiro para as famílias atingidas pela crise, o investimento na criação de empregos e apoio a serviços básicos.

"As pessoas precisam de dinheiro em mãos agora, precisam de bons empregos para alimentar suas famílias num futuro próximo e saúde decente, educação e outros serviços essenciais", disse Goldring.

Uma pesquisa feita pela Oxfam em três condados da Libéria constatou que três em cada quatro famílias teve queda nos rendimentos, com um decréscimo médio na renda de 39 por cento.

Além da perda de rendimentos, os preços dos alimentos em áreas afetadas pelo ebola subiram. Na Libéria, o preço do arroz estava 40 por cento acima da média sazonal.

Como resultado, alguns adultos disseram que estavam cortando gastos com a alimentação de suas famílias. Segundo a Oxfam, 60 por cento dos entrevistados disseram não ter tido comida suficiente nos últimos sete dias.

Libéria e Serra Leoa foram as duas economias de mais rápido crescimento na África antes da crise do ebola, mas em ambos os países mais de metade da população vivia abaixo da linha da pobreza.

De acordo com o Banco Mundial, desde o surgimento do surto da doença quase 180 mil pessoas perderam os empregos em Serra Leoa, e metade dos chefes de família na Libéria está sem trabalho.

"O fracasso na ajuda a esses países depois de sobreviverem ao ebola vai condená-los a um desastre duplo", disse Goldring.

O surto de ebola já provocou mais de 8.600 mortes desde que a doença foi detectada na Guiné, em março, segundo informou na semana passada a Organização Mundial da Saúde, acrescentando que a propagação na África Ocidental está diminuindo.

Nos países diretamente afetados, o vírus irá resultar em pelo menos 1,6 bilhão de dólares em perda de crescimento econômico este ano ou mais de 12 por cento de seus PIBs combinados, de acordo com o Banco Mundial.

A Oxfam pediu a realização de uma conferência internacional de doadores para discutir planos de recuperação e apoio financeiro para ajudar a reconstruir as economias afetadas pela crise do ebola.

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Londres - Os três países da África Ocidental mais afetados pelo ebola se arriscam a enfrentar um "duplo desastre", a menos que um plano de muitos milhões de dólares seja posto em prática para ajudar a recuperar as suas economias, disse a Oxfam nesta terça-feira.

Em Libéria, Guiné e Serra Leoa parte da população está enfrentando dificuldades para se manter depois que seus rendimentos despencaram por causa da doença, de acordo com a entidade beneficente.

"O mundo demorou para acordar para a crise do ebola. Não pode haver desculpas para não ajudar essas economias e vidas a voltarem ao normal", disse o diretor-executivo da Oxfam, Mark Goldring, durante uma visita à Libéria.

Ele disse que um "Plano Marshall" pós-ebola deveria abordar três áreas de necessidade urgente: dinheiro para as famílias atingidas pela crise, o investimento na criação de empregos e apoio a serviços básicos.

"As pessoas precisam de dinheiro em mãos agora, precisam de bons empregos para alimentar suas famílias num futuro próximo e saúde decente, educação e outros serviços essenciais", disse Goldring.

Uma pesquisa feita pela Oxfam em três condados da Libéria constatou que três em cada quatro famílias teve queda nos rendimentos, com um decréscimo médio na renda de 39 por cento.

Além da perda de rendimentos, os preços dos alimentos em áreas afetadas pelo ebola subiram. Na Libéria, o preço do arroz estava 40 por cento acima da média sazonal.

Como resultado, alguns adultos disseram que estavam cortando gastos com a alimentação de suas famílias. Segundo a Oxfam, 60 por cento dos entrevistados disseram não ter tido comida suficiente nos últimos sete dias.

Libéria e Serra Leoa foram as duas economias de mais rápido crescimento na África antes da crise do ebola, mas em ambos os países mais de metade da população vivia abaixo da linha da pobreza.

De acordo com o Banco Mundial, desde o surgimento do surto da doença quase 180 mil pessoas perderam os empregos em Serra Leoa, e metade dos chefes de família na Libéria está sem trabalho.

"O fracasso na ajuda a esses países depois de sobreviverem ao ebola vai condená-los a um desastre duplo", disse Goldring.

O surto de ebola já provocou mais de 8.600 mortes desde que a doença foi detectada na Guiné, em março, segundo informou na semana passada a Organização Mundial da Saúde, acrescentando que a propagação na África Ocidental está diminuindo.

Nos países diretamente afetados, o vírus irá resultar em pelo menos 1,6 bilhão de dólares em perda de crescimento econômico este ano ou mais de 12 por cento de seus PIBs combinados, de acordo com o Banco Mundial.

A Oxfam pediu a realização de uma conferência internacional de doadores para discutir planos de recuperação e apoio financeiro para ajudar a reconstruir as economias afetadas pela crise do ebola.

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