Taavi Roivas: primeiro-ministro da Estônia afirmou que se não houver um abrandamento na Ucrânia, novas sanções serão a única opção da UE (Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2014 às 17h04.
TALLINN - Os líderes dos países bálticos disseram neste sábado que pretendem apoiar mais sanções contra a Rússia durante a reunião de cúpula da União Europeia na próxima semana, a não ser que haja um abrandamento dos conflitos no leste da Ucrânia, onde Kiev está tentando acabar com a insurgência pró-Rússia.
Horas depois do início do cessar-fogo na sexta-feira, os separatistas atacaram postos ucranianos na fronteira com a Rússia e uma base militar, e tentaram invadir uma base da força aérea, disseram as forças de segurança ucranianas.
Mais cedo na sexta-feira, os líderes dos Estados Unidos, França e Alemanha concordaram que a Rússia corre o risco de sofrer novas sanções se não tomar medidas imediatas para diminuir a tensão na fronteira da Ucrânia.
Os líderes dos países membros da UE podem discutir a questão durante uma reunião de cúpula em Bruxelas, na semana que vem.
Letônia, Lituânia e Estônia, que se separaram da União Soviética entre 1990 e 1991, já haviam pedido sanções mais duras da UE contra Moscou depois da anexação da Crimeia.
"Se não houver um abrandamento da situação, a Letônia vai apoiar um terceiro bloco de sanções", disse a primeira-ministra da Letônia, Laimdota Straujuma, durante uma entrevista coletiva, depois da reunião com seus colegas bálticos e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, na capital da Estônia.
O primeiro-ministro lituano, Algirdas Butkevicius, disse que a sua posição era a mesma, enquanto que seu colega da Estônia, Taavi Roivas, afirmou que se não houver um abrandamento na Ucrânia, novas sanções serão a única opção da UE.
Até o momento, a UE impôs medidas limitadas – congelamento de bens e proibição de viagens para pessoas e empresas na Rússia e na Ucrânia – e já ponderou sobre medidas contra a Rússia que incluem restrições que vão desde as importações de bens de luxo a uma proibição de comércio de óleo e gás. Não houve consenso sobre como proceder.
Países com fortes laços de comércio e energia com a Rússia, como a Itália, Grécia e Alemanha, se preocupam com o potencial impacto sobre suas economias de sanções mais rigorosas, enquanto outros, como Chipre e Áustria, têm estreitas ligações financeiras.
As preocupações em relação ao abastecimento de gás para a Europa são uma consideração importante na decisão em relação às sanções, já que os consumidores da UE recebem cerca de um terço de suas necessidades de gás da Rússia, sendo que cerca de metade disso chega através de gasodutos que atravessam a Ucrânia.
Durante a coletiva de imprensa, Barroso pressionou os países membros da UE para que cheguem a um consenso em relação às novas sanções.
"Estou pedindo uma posição comum dos países membros", afirmou.