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Países árabes preparam resolução sobre a Síria

Após essa reunião, os ministros de Relações Exteriores dos países da Liga Árabe pediram pela primeira vez de forma explícita a renúncia de Bashar al Assad

Bashar al Assad: os países árabes voltaram a tomar a iniciativa para pressionar o regime de Bashar al Assad diante da impossibilidade de acordo no CS da ONU (©AFP / -)

Bashar al Assad: os países árabes voltaram a tomar a iniciativa para pressionar o regime de Bashar al Assad diante da impossibilidade de acordo no CS da ONU (©AFP / -)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2012 às 17h57.

Nações Unidas - Os países árabes finalizam os detalhes de um projeto de resolução sobre a Síria para ser votado na Assembleia Geral devido ao fracasso do Conselho de Segurança em chegar a um consenso sobre a crise no país árabe.

O movimento, antecipado na quarta-feira pelo embaixador saudita na ONU, Abdullah al Mualimi, conta entre seus incentivadores o Catar e a Arábia Saudita, e pode ser apresentado nesta sexta, informou à Agência Efe uma fonte diplomática.

O texto da minuta ainda não circulou entre os países-membros, mas os principais elementos estão baseados nos resultados das conversas que os chefes da diplomacia árabe tiveram neste fim de semana em Doha, de acordo com a mesma fonte.

Após essa reunião, os ministros de Relações Exteriores dos países da Liga Árabe pediram pela primeira vez de forma explícita a renúncia do presidente sírio, Bashar al Assad, "em troca da garantia de uma saída segura" do país junto com sua família.

Além de condenar a violência no país e pedir o fim dos confrontos, a Liga Árabe encarregou ao bloco da região na Assembleia Geral da ONU a tarefa de convocar uma reunião extraordinária no órgão para tomar medidas coletivas em relação à crise síria.

Os países árabes tentam cessar o derramamento de sangue e assegurar uma transição pacífica no país, e esperam que os opositores sírios, incluindo os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS), formem um governo de transição.


Esta última proposta da Liga Árabe foi qualificada por Damasco como uma "interferência flagrante" nos assuntos internos da Síria, e lembrou que é o povo sírio quem "decide tirar governos ou presidentes, mas através das urnas".

"Aceitamos o processo político previsto no plano (de Kofi) Annan", disse na segunda-feira o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores sírio, Jihad Maqdisi, em referência à iniciativa de paz do mediador que estabelece o início de diálogo entre o regime e a oposição.

Da mesma forma que ocorreu em fevereiro, os países árabes voltaram a tomar a iniciativa para pressionar o regime de Bashar al Assad diante da impossibilidade do Conselho de Segurança de chegar a um acordo na aprovação de uma resolução sobre a Síria.

Por essa razão, eles buscam agora transferir a pressão diplomática sobre a Síria à Assembleia Geral, principal órgão representativo da ONU, onde não existe poder de veto, mas suas resoluções não são vinculativas.

Rússia e China voltaram a exercer seu direito de veto no dia 19 de julho e rejeitaram uma resolução que contemplava a imposição de sanções econômicas e diplomáticas ao regime sírio e a renovação da missão por 45 dias.

Um dia depois, o Conselho de Segurança chegou a um acordo mínimo para ampliar por um período final de 30 dias a missão de seus observadores na Síria (UNSMIS), e assim dar fôlego ao trabalho mediador de Kofi Annan e seu plano de paz para o país árabe.

Desde que o regime de Bashar al Assad iniciou em março de 2011 a repressão contra a oposição e civis, mais de 15 mil pessoas morreram, e outras milhares se refugiaram nos países vizinhos Turquia e Líbano. Além disso, mais de um milhão de pessoas que permaneceram na Síria foram obrigados a deixar seus lares. 

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