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Oxfam cria comissão para averiguar casos de exploração sexual

Na semana passada, a imprensa revelou que diretores e voluntários da ONG contrataram prostitutas no Haiti pouco depois do terremoto de 2010

Ong britânica Oxfam (Andres Martinez Casares/Reuters)
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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 14h44.

Londres - A diretora-executiva da Oxfam International, Winnie Byanyima, disse nesta sexta-feira que a organização estabelecerá uma comissão que averiguará casos de exploração sexual por parte de seu pessoal, após o escândalo que envolve esta ONG por causa do comportamento inadequado de diretores no Haiti.

Na semana passada, a imprensa britânica revelou que diretores e voluntários da Oxfam contrataram prostitutas no Haiti pouco depois do terremoto que devastou esse país em 2010.

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Em declarações hoje à BBC, Byanyima disse que a organização convidará vítimas para que revelem seus casos e expressou sua solidariedade com os afetados pelos abusos.

"É impossível que esta organização morra, o mundo precisa dela", especificou a direção.

"Desde o fundo do meu coração, peço perdão, perdoem a Oxfam", ressaltou Byanyima, que também criará uma base de dados que permita assegurar que quem cometeu abusos sexuais não possa falsificar suas referências para trabalhar na organização.

Além disso, a diretora explicou que o mecanismo de denúncias sobre a atuação do pessoal será seguro e confidencial.

"Estou estabelecendo uma comissão de alto nível, independente que olhará a nossa cultura e as nossas práticas (de trabalho) e fará recomendações para nos tornarmos mais fortes na hora de proteger nossa gente", ressaltou Byanyima.

O escândalo do Haiti motivou a aposentadoria do diretor no Haiti, Roland van Hauwermeiren, e a recente renúncia da subdiretora executiva da Oxfam, Penny Lawrence.

Lawrence reconheceu, em comunicado divulgado à imprensa, que a organização tinha recebido queixas sobre possíveis comportamentos inadequados por parte desses funcionários antes que fossem enviados ao país caribenho, mas não tomou as medidas adequadas.

A até agora subdiretora executiva da ONG, que recebe cerca de 32 milhões de libras (36 milhões de euros) por ano do Governo britânico, pediu desculpas pelo "dano e pela angústia que isto provocou em quem apoia a Oxfam e no setor da cooperação, assim como nas pessoas vulneráveis afetadas".

A ministra de Cooperação Internacional do Reino Unido, Penny Mordaunt, afirmou há poucos dias que o Executivo retirará os fundos públicos a qualquer ONG que não coopere com as autoridades nas investigações para descobrir casos de abusos sexuais e adotar medidas para evitá-los.

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