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Otan garante que EUA mantêm um forte compromisso com a aliança

O secretário-geral da Otan reafirmou a relação dos EUA com a Otan, apesar das divergências comerciais do presidente americano com os demais aliados

O secretário-geral da Otan reconheceu que há diferenças entre as nações sobre o comércio, o acordo nuclear com o Irã e a mudança climática (Valentyn Ogirenko/Reuters)

O secretário-geral da Otan reconheceu que há diferenças entre as nações sobre o comércio, o acordo nuclear com o Irã e a mudança climática (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de junho de 2018 às 11h21.

Londres - O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o norueguês Jens Stoltenberg, garantiu nesta segunda-feira que os Estados Unidos mantêm um compromisso "de ferro" com a organização, apesar das recentes divergências do presidente americano, Donald Trump, com alguns dos aliados.

Stoltenberg disse que os EUA seguem demonstrando um compromisso "de ferro, tanto em atos como em palavras", em entrevista à agência britânica "PA", antes der sua visita ao Reino Unido, que acontece na quinta-feira.

O secretário-geral da Otan e ex-primeiro-ministro da Noruega lembrou que "as forças americanas na região oriental da aliança estão melhorando suas capacidades de dissuasão e defesa".

"Os Estados Unidos investem trilhões de dólares em sua presença militar na Europa, o que incluiu um novo aumento do financiamento da Iniciativa Europeia de Dissuasão", afirmou Stoltenberg.

"O financiamento para essas forças aumentou em 40% durante o governo Trump, e os EUA serão o anfitrião de nosso novo comando para o Atlântico - que protegerá as linhas de comunicação marítimas entre Europa e América do Norte", disse o secretário-geral.

"Isto é uma clara demonstração da determinação dos Estados Unidos de estarem ao lado de seus aliados europeus", acrescentou Stoltenberg.

O ex-primeiro-ministro da Noruega reconheceu que "há grandes diferenças entre as nações em questões importantes, como o comércio, o acordo nuclear com o Irã e a mudança climática ".

Além disso, o ex-premiê lembrou que "houve sérias diferenças no passado, desde a Crise do Canal de Suez em 1956 até a Guerra do Iraque em 2003", mas reiterou que as mesmas foram solucionadas.

"Apesar das nossas diferenças, a Otan demonstrou várias vezes que estamos unidos em torno da tarefa fundamental, que é defendermos uns aos outros", afirmou o secretário-geral.

Segundo Stoltenberg, a organização, que tem 29 Estados-membros, segue avançando no "fortalecimento do sistema coletivo de dissuasão e defesa, em melhorar a luta contra o terrorismo e no trabalho contra outras ameaças, como a cibernética".

O secretário-geral, que na semana passada visitou a Alemanha, tenta enviar uma mensagem de unidade após os ataques de Trump a seus aliados europeus, com os quais o presidente americano mantém desavenças comerciais e que foram alvos de duras críticas por não contribuírem com o mínimo de 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a aliança de defesa.

O mínimo de 2% - que o Reino Unido cumpre, mas outros países, como a Alemanha, não - foi estabelecido pelos integrantes da aliança na reunião dos líderes no País de Gales, no Reino Unido, em 2014.

A Otan realizará sua próxima cúpula nos dias 11 e 12 de julho em Bruxelas, na Bélgica, na qual os países-membros tratarão de sua modernização, entre outros assuntos.

Antes disso, está previsto que Stoltenberg pronuncie um discurso preparatório nesta quinta-feira no palacete londrino de Lancaster House.

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