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Otan desmente que Pentágono escondesse abusos contra menores

A polícia local afegã - criada e formada pelos EUA para ajudar a Otan a lutar contra os rebeldes - foi acusada várias vezes pelos civis de extorsão e estupros


	Tropas da Otan e do Afeganistão: segundo o New York Times, "foi dada a ordem para os soldados e os Marines americanos não agirem" se presenciassem abusos
 (Parwiz/Reuters)

Tropas da Otan e do Afeganistão: segundo o New York Times, "foi dada a ordem para os soldados e os Marines americanos não agirem" se presenciassem abusos (Parwiz/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 14h09.

O chefe das tropas da Otan no Afeganistão desmentiu nesta terça-feira um artigo do New York Times que afirma que o Pentágono ordenou que seus soldados escondessem abusos sexuais de menores cometidos pela polícia afegã.

Segundo o jornal, a polícia local afegã e as milícias anti-talibãs, aliadas à Otan no Afeganistão, praticam o "bacha bazi" ("brincadeira com crianças", em dari, uma das duas línguas do Afeganistão), ou seja, que cometem abusos sexuais.

A polícia local afegã - criada e formada pelos Estados Unidos para ajudar a Otan a lutar contra os rebeldes talibãs - foi acusada várias vezes pelos civis de extorsão e estupros.

Entre 2010 e 2012, quando o exército dos Estados Unidos formava estes policiais, "foi dada a ordem para os soldados e os Marines americanos não agirem" se presenciassem abusos, disse o New York Times em seu artigo publicado no domingo, no qual cita vários testemunhos.

O jornal afirma que alguns soldados foram punidos por se rebelarem ou por terem tentado evitar os abusos.

"Em resumo, estávamos ali para combater os talibãs, não para colocar fim aos abusos", declarou um Marine ao jornal.

No entanto, o comandante das forças da Otan no Afeganistão, o general John Campbell, afirmou nesta terça-feira que estava absolutamente convencido de que não houve uma política de fechar os olhos.

Após 30 anos de guerra, o Afeganistão continua sendo um país muito pobre e sem um poder central forte, onde muitas zonas estão nas mãos de milícias e chefes de guerra, acusados com frequência de ter escravos sexuais.

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