Líderes irão se reunir em Madri na próxima quarta-feira, 29 (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 27 de junho de 2022 às 10h30.
Última atualização em 27 de junho de 2022 às 10h57.
Os líderes da Otan vão decidir na cúpula de Madri, que começa na quarta-feira, 29, transformar sua Força de Resposta e aumentar "bem acima" de 300 mil os soldados em alto nível de prontidão para enfrentar a ameaça representada pela Rússia, anunciou nesta segunda-feira, 27, o secretário-geral da Aliança Atlântica.
"Acredito que os aliados deixarão claro em Madri que consideram a Rússia como a maior e mais direta ameaça para a nossa segurança", declarou o norueguês Jens Stoltenberg ao apresentar a agenda da cúpula.
"Esta cúpula será um ponto de virada e várias decisões importantes serão tomadas", disse.
"Vamos fortalecer nossos grupamentos táticos na parte leste da Aliança, até o nível de brigada", informou.
Oito grupamentos táticos já foram criados. Eles estão sediados na Lituânia, na Estônia, na Letônia, na Polônia, na Romênia, na Hungria, na Eslováquia e na Bulgária. E serão reforçados por unidades "pré-designadas" em outros países da Aliança chamadas a intervir nesses países onde armas pesadas terão sido pré-posicionadas, explicou.
A Aliança também "transformará sua Força de Resposta", de 40 mil soldados, e aumentará o número de seu contingente de alta prontidão "bem acima" de 300 mil militares, acrescentou.
"Juntas, essas medidas constituem a maior reformulação de nossa defesa e presença coletiva desde a guerra fria. E, para isso, devemos investir mais", alertou Jens Stoltenberg.
O secretário-geral não informou, porém, detalhes sobre a origem das forças adicionais ou como poderão ser mobilizadas.
Os aliados da Otan se comprometeram a dedicar 2% de seu PIB aos gastos com defesa em 2024, mas apenas nove dos 30 membros atingiram essa meta em 2022 (Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia).
A França investe 1,90%, a Itália 1,54%, a Alemanha 1,44% e a Espanha, país anfitrião da cúpula, é o penúltimo da lista com 1,01%, à frente do Luxemburgo (0,58%), segundo dados publicados nesta segunda-feira pela Otan.
"Para responder à ameaça, esta meta de 2% torna-se um piso e não mais um teto", anunciou Jens Stoltenberg.
"Dezenove aliados têm planos claros para atingir a meta até 2024 e outros cinco assumiram compromissos concretos", disse ele.
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