OTAN: organização militar se organiza para lidar com a incógnita Donald Trump em 2017 / Sean Gallup/Getty Images (Sean Gallup/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 04h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.
Hoje é a última vez que o secretário de Estado americano, John Kerry, vai à Bélgica para uma reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Na pauta oficial, o órgão deve discutir uma aproximação da Otan com a União Europeia. O tema foi escolhido a dedo, e tem como pano de fundo um medo em comum: como lidar com Donald Trump, que assume a presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro.
Para os líderes europeus, a possibilidade de Trump abandonar a organização é real, e se reflete na corrida por uma agenda de defesa comum do bloco. “Em uma época em que a paz está sendo ameaçada de maneiras novas, a Otan e a União Europeia precisam trabalhar mais próximas do que nunca”, disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan em uma entrevista nesta segunda-feira.
Trump ainda não decidiu quem será o secretário de Estado de sua gestão – e, por consequência, o interlocutor com o bloco. Mas sua campanha abalou as estruturas da organização: Trump afirmou que o órgão era ultrapassado, que os Estados Unidos arcavam com custos muito altos para a manutenção da segurança de alguns membros e que não socorreria alguns deles em um cenário de ataque da Rússia. Depois de eleito, Trump amansou a fala. Ligou para Stoltenberg e reiterou a importância da Otan no cenário internacional.
Os líderes reunidos em Bruxelas têm preocupações importantes na mesa: o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, o impasse político na Turquia e a onda separatista agressiva no leste da Ucrânia. O plano é encontrar uma saída para esses problemas sem os Estados Unidos. O problema é como.