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Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 22h35.
São Paulo – Com a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e interpretações diversas na lei venezuelana, fica a dúvida: o que será do futuro político do país? Pela constituição da Venezuela, uma nova eleição deveria ser realizada dentro de 30 dias.
O texto que faz essa determinação, porém, não é muito claro, como avaliam os analistas da consultoria de riscos políticos Eurasia em relatório. Assim, alguns podem interpretar que o início do processo eleitoral (inclusive escolha de uma data) deveria começar em 30 dias, o que já aumentaria o tempo para novas eleições.
“Como o tribunal constitucional é controlado por chavistas, a interpretação da lei que deve prevalecer é a mais favorável para os interesses do governo. Em nossa visão, para Maduro (Nicolás, vice-presidente da Venezuela), o melhor seriam eleições antes cedo do que tarde”, avaliam Risa Grais-Targow e Daniel Kerner no documento. A expectativa dos analistas é de que novas eleições aconteçam ainda no primeiro semestre do ano.
Outra coisa que não permanece muito claro é quem governará a Venezuela até que o novo presidente seja oficialmente escolhido. Pela lei, esse papel deveria ficar com Diosdado Cabello, presidente da assembleia do país. Porém, na prática, desde que Chávez se ausentou do dia a dia do governo, o vice-presidente Maduro é que parece ter tomado a frente no país.
Assim, tudo indica que Maduro, escolhido pelo próprio Chávez como seu sucessor, deve ser candidato do governo em possíveis novas eleições.
Maduro deve ganhar
Nos últimos dias, Maduro falou diretamente com os chavistas. Os apoiadores do governo são maioria no país. Por conta disso, numa possível nova eleição com Maduro como candidato, a opinião dos analistas da Eurasia é de que ele vencerá.
Os analistas afirmam também que, no caso de vitória de Maduro, a política na Venezuela “não deve melhorar”. Segundo Risa Grais-Targow e Daniel Kerner, Maduro sempre se mostrou apoiador da política de Chávez e, mais importante, teria possibilidades limitadas de promover muitas mudanças. “E além disso, existe um risco de que Maduro se prove ainda mais radical do que o presidente anterior, como uma maneira de atestar suas credenciais revolucionárias”, afirmaram.