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Os dez dias derradeiros da coalizão na Alemanha

ÀS SETE - Nos próximos dias, pouco menos de meio milhão de pessoas decidem o futuro político da Alemanha, principal economia da União Europeia

Alemanha: nenhuma consulta interna foi feita pelo partido e é incerto que o resultado possa ser favorável à formação de governo
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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 06h27.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 07h18.

Nos próximos 10 dias, pouco menos de meio milhão de pessoas decidem o futuro político da Alemanha , principal economia da União Europeia.

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O Partido Social Democrata (SPD) começa hoje uma consulta interna com seus afiliados, para saber se há aprovação para o plano de coalizão com a União Democrata Cristã (CDU), o partido da chanceler Angela Merkel.

A CDU depende da coalizão com o SPD para formar um governo, depois de um desempenho ruim nas eleições do ano passado, quando angariou apenas 33% dos votos — pior resultado desde 1949.

O SPD é a última opção de Merkel, já que uma tentativa de coalizão com o Partido Verde (Grüne) e o Partido Liberal Democrata (FDP) não foi à frente.

Se os filiados ao partido rejeitarem o acordo, é esperado que o governo da Alemanha tenha que chamar novas eleições ou que a CDU estabeleça um governo de minoria, quando o partido no poder precisa firmar parcerias caso a caso com a oposição para aprovação das pautas.

Qualquer uma das hipóteses seria inédita na história pós-guerra da Alemanha, que há cinco meses convive com a incerteza política na busca por uma coalizão.

Pesquisas de opinião apontam que 66% dos sociais-democratas apoiam o acordo, enquanto que 30% querem novas eleições. Entre os democrata-cristãos, a aprovação é de 78%. Mas nenhuma consulta interna foi feita pelo partido e é incerto que o resultado possa ser favorável à formação de governo.

O SPD foi uma “oposição interna” dentro do governo nos últimos quatro anos e os contrários a prolongar a situação afirmam que foi a conivência e a participação no governo que levaram o SPD ao pior desempenho nas urnas desde a Segunda Guerra Mundial, com 20,5% dos votos.

Na última semana, a popularidade do partido caiu tanto que chegou a ser ultrapassado pelo Alternativa para Alemanha (AfD), legenda de extrema-direita.

Os opositores à coalizão são principalmente da ala mais jovem do SPD, a Jusos, que dizem que os ideais do partido não condizem com políticas-chave da União, principalmente em termos de imigração e assistência social.

Para eles, é hora de se tornar uma oposição de fato. Campanhas pelo país para que membros do partido votem “não” à coalizão já começaram.

Os resultados da consulta do partido saem no dia 4 de março — mesmo dia que os italianos irão às urnas para eleições gerais bastante imprevisíveis. A Europa, mais uma vez, caminha lado a lado com a incerteza.

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