Os bastidores da Cúpula do G20
Até dia 13, Seul será o centro das discussões econômicas e políticas do mundo
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2010 às 14h28.
Brasília - Deste sábado(6) até o dia 13, a capital da Coreia do Sul, Seul, vai se transformar no centro das discussões políticas, econômicas e financeiras do mundo. A cidade vai sediar a Cúpula do G20 – que reúne as 20 maiores economias do mundo. As articulações políticas estão concentradas nos dias 11 e 12. Período previsto para o desembarque, em Seul, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta eleita, Dilma Rousseff, para participar dos debates.
Deverá predominar nas discussões a polêmica que envolve a chamada guerra cambial, acentuada pelas reações do governo dos Estados Unidos à queda do dólar – que perde o valor em comparação a outras moedas – e pela manipulação cambial de outros países, como a própria Coreia do Sul, a China e o Japão.
Medidas como a anunciada pelos Estados Unidos na última quarta-feira (3), de comprar US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro na tentativa de conter a desvalorização do dólar, também serão discutidas. Para o Brasil e outros países em desenvolvimento, a decisão pode gerar um empobrecimento das regiões, de uma forma geral, e ainda retaliações.
O tom econômico predominará nos debates do G20, mas não será o único. É a última cúpula do presidente Lula no cargo e a apresentação oficial de Dilma como sucessora dele na Presidência República. A presidenta eleita deverá participar das principais discussões, mas terá uma agenda paralela à de Lula. Ainda não foram informados os compromissos que ela cumprirá em Seul.
A cúpula reunirá em um mesmo ambiente líderes políticos que passam por momentos de tensão nos seus países. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, acaba de sofrer a pior derrota política desde que assumiu o governo: os republicanos venceram as eleições parlamentares no país ficando com a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados.
A partir de janeiro, nos Estados Unidos, os republicanos ficarão com a presidência e 239 assentos na Câmara, enquanto os democratas terão 185 lugares. No Senado, o Partido Democrata mantém uma pequena margem de diferença com 51 cadeiras, contra 46 ocupadas pelo Partido Republicano.
Também comparecerá à Cúpula do G20 o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que passou recentemente por uma das mais longas e amplas greves no país. Vários setores da economia paralisaram por descontentamento nas mudanças impostas na reforma da Previdência. Houve ameça de crise de desabastecimento de combustível.