Japão e Chile estão entre os países mais atingidos por terremotos (AFP/AFP Photo)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 24 de outubro de 2024 às 15h53.
Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 08h43.
O Japão é amplamente reconhecido como o país com mais terremotos registrados, por causa de sua localização geográfica sobre o Círculo de Fogo do Pacífico, uma região com intensa atividade sísmica. No entanto, diversas outras nações ao redor do mundo também enfrentaram terremotos devastadores ao longo da história recente. Muitos desses eventos deixaram cidades completamente destruídas e causaram a morte de milhares de pessoas. Um exemplo marcante foi o terremoto de Valdívia, no Chile, ocorrido em 1960, que alcançou a magnitude impressionante de 9,5 na Escala de Richter (que vai de 0 a 10) e teve uma duração de cerca de 10 minutos.
Esse terremoto não só abalou o solo do Chile como também provocou tsunamis em várias regiões costeiras, o que amplificou a destruição. O saldo de vítimas foi trágico: mais de 5 mil pessoas morreram. Este evento permanece até hoje como o mais forte terremoto já registrado e o mais devastador da América do Sul.
Todos os terremotos que ocorrem ao redor do globo têm uma origem comum: o movimento das placas tectônicas. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), os tremores são causados pela liberação repentina de energia quando grandes blocos rochosos que formam a crosta terrestre, conhecidos como placas tectônicas, deslizam umas sobre as outras ou colidem.
Essas placas estão em constante movimento, flutuando sobre o manto terrestre, e, quando acumulam tensões significativas ao longo do tempo, a liberação desse estresse provoca os terremotos. Para medir a intensidade dos tremores, utiliza-se a escala de "momento de magnitude", que vai de 0 a 10, sendo 0 praticamente imperceptível e 10 o grau máximo de destruição.
Esses tremores podem gerar um impacto devastador, causando deslizamentos de terra, desmoronamento de edifícios, rompimento de estradas e até tsunamis. É o colapso de estruturas, a queda de detritos e soterramentos que resultam nas maiores tragédias humanas, além dos efeitos secundários, como incêndios e falhas nos sistemas de infraestrutura.
Após o terremoto de Valdivia, outros eventos sísmicos de grande magnitude marcaram a história global. Um dos mais notórios foi o terremoto de magnitude 7,0 que atingiu o Haiti em janeiro de 2010. Embora a magnitude tenha sido menor em comparação com o terremoto do Chile, o impacto humano foi desproporcionalmente devastador.
Estimativas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) indicam que cerca de 230 mil pessoas morreram no Haiti, além de centenas de milhares de feridos e milhões de desabrigados.
A diferença de danos entre eventos sísmicos de magnitudes variadas destaca que não apenas a potência do tremor é decisiva, mas também fatores como a densidade populacional, a qualidade das construções e a prontidão para lidar com desastres naturais.
Outro exemplo muito marcante foi o que atingiu a província chinesa de Qinghai, em abril de 2010. O tremor foi de magnitude 6,9 e deixou pelo menos 2.968 vítimas. Esses exemplos mostram como terremotos, independentemente de sua localização ou magnitude, têm o potencial de transformar sociedades inteiras, e gerar consequências que podem levar décadas para serem superadas.
Os terremotos mais mortais da história, ocorreram em regiões densamente povoadas, onde a infraestrutura não pôde resistir aos tremores de alta magnitude. O mais devastador registrado foi o de Shensi, na China, em 1556, com cerca de 830 mil mortes. Outro grande desastre aconteceu em Tangshan, também na China, em 1976, que causou aproximadamente 242 mil mortes. O terremoto Sumatra em 2004, gerou um tsunami que resultou em mais de 230 mil vítimas. Esses eventos mostram a necessidade de preparação adequada em áreas vulneráveis a abalos sísmicos.
1- Valdivia, Chile, 1960 (9,5)
O maior terremoto já registrado, de magnitude 9,5, matou cerca de 1.600 pessoas, deixou 2 milhões desabrigadas e causou um prejuízo de US$ 550 milhões. O tsunami resultante causou mortes no Havaí, Japão e Filipinas.
2- Alasca, EUA, 1964 (9,2)
Com magnitude de 9,2, o terremoto e tsunami mataram 131 pessoas e causaram danos de US$ 2,3 bilhões.
3- Sumatra, Indonésia, 2004 (9,1)
Um terremoto de magnitude 9,1 gerou um tsunami devastador, matando cerca de 230 mil pessoas e deixando 1,7 milhão desabrigadas.
4- Honshu, Japão, 2011 (9,1)
Um terremoto de magnitude 9,0 e um, tsunami no Japão mataram mais de 15 mil pessoas, deixando prejuízos de US$ 309 bilhões.
5- Kamchatka, Rússia, 1952 (9,0)
Um terremoto de 9,0 atingiu uma área pouco habitada, causando um tsunami que provocou danos materiais no Havaí.