Mundo

Israel ataca sul do Líbano e mata três jornalistas; área atingida tinha 18 profissionais da imprensa

As autoridades de Beirute divulgam que o conflito já matou mais de 2.500 pessoas e deslocou mais de 1,2 milhão, a maioria nos últimos 30 dias, no que se tornou uma crise humanitária

Ataques no Líbano: Beirute considera ocorrido como o maior atentado contra a imprensa desde o início da guerra (Ali Hankir/AFP)

Ataques no Líbano: Beirute considera ocorrido como o maior atentado contra a imprensa desde o início da guerra (Ali Hankir/AFP)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 07h40.

Tudo sobreConflito árabe-israelense
Saiba mais

A guerra entre Israel e Líbano continua no Oriente Médio há mais de um mês. Nesta sexta-feira, 25, um ataque das tropas de Israel matou pelo menos três jornalistas enquanto dormiam em pousadas no sul do Líbano e feriu vários outros, segundo o Ministério da Saúde libanês. Beirute classificou o ato como crime de guerra. As informações são da Reuters.

Diante do ataque, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou urgência para alcançar uma resolução diplomática para o conflito. "Temos uma sensação de urgência para alcançar uma resolução diplomática e a plena implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, de modo a garantir segurança real ao longo da fronteira entre Israel e Líbano", disse o secretário em Londres.

Na tarde da última quinta-feira, 24, Washington emitiu uma nota afirmando que não deseja uma campanha prolongada de Israel no local. As tropas israelenses, no entanto, seguem em ataque ao Líbano, sob alegação de combater o grupo armado Hezbollah, apoiado pelo Irã, e garantir o retorno seguro de milhares de israelenses evacuados do norte.

As autoridades de Beirute divulgam que o conflito já matou mais de 2.500 pessoas e deslocou mais de 1,2 milhão, a maioria nos últimos 30 dias, no que se tornou uma crise humanitária.

Quem eram os jornalistas que morreram em Beirute?

As vítimas do último ataque de Israel foram o operador de câmera Ghassan Najjar e o engenheiro Mohamed Reda, do veículo pró-Irã Al-Mayadeen. Também morreu no conflito o operador de câmera Wissam Qassem, que trabalhava para o Al-Manar, ligado ao Hezbollah. Os três estavam hospedados em Hasbaya, no sul do Líbano, cidade atingida por volta das 3h da manhã no horário local. Hasbaya abriga muçulmanos e cristãos, e não havia sido atacada até o momento.

Beirute já considera que este foi o ataque mais letal contra a imprensa no Líbano desde o início da guerra entre Israel e Hezbollah, desencadeadas há pouco mais de um ano pela invasão na Faixa de Gaza. Israel negou atacar os jornalistas de forma deliberada.

‘Crime de guerra’

Até o omento, cinco jornalistas já foram mortos em ataques de Israel em outros momentos, enquanto cobriam o conflito no Líbano. Um deles é o jornalista visual da Reuters Issam Abdallah. Outros quatro foram mortos em casa no último mês, segundo balanço da Fundação Samir Kassir, organização de defesa da liberdade de imprensa, enviado à Reuters.

O ministro da Informação libanês, Ziad Makary, declarou que o ataque é um 'crime de guerra'. Segundo levantamento da Reuters, 18 jornalistas de seis veículos, incluindo Sky News, Al-Jazeera e emissoras libanesas, estavam hospedados na mesma pousada.

"Ouvi o avião voando muito baixo foi isso que nos acordou e depois ouvimos os dois mísseis", disse Muhammad Farhat, repórter do veículo libanês Al-Jadeed, à Reuters.

 

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseHezbollahLíbanoMortesJornalistas

Mais de Mundo

Senador nos EUA propõe recompensa de mil dólares por denúncia de imigrantes irregulares

Benjamin Netanyahu rejeita interromper guerra em Gaza 'agora'

Ministro da economia espanhol diz que UE só importará 'um bife por pessoa ao ano' do Mercosul

Governo brasileiro evacua embaixada em Damasco após invasão a consulados