Os 10 países mais violentos do mundo
Estudo de ONG internacional avalia situação política e social de 153 países e mostra que a Somália é o mais violento; Brasil está na 79ª posição
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2011 às 18h39.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.
São Paulo - Na semana passada a Inglaterra testemunhou cenas de violência há tempos não vistas no país. Em julho, os noruegueses foram o alvo do terror. Os episódios chamaram a atenção por destoar do cotidiano geralmente pacífico destes locais. Em alguns países, entretanto, a violência é como uma doença endêmica. A instabilidade e as perturbações sociais são quase permanentes. É o caso, por exemplo, da Somália. Um estudo da ONG Instituto para Economia e Paz (IEP, na sigla em inglês) aponta o país como o mais violento do mundo. Com base em uma análise social e política, a organização elaborou um ranking com 153 países encabeçado pela nação africana. O estudo leva em consideração uma série de indicadores como o número de assassinatos, roubos e outros crimes, bem como a incidência de conflitos organizados, atividade terrorista e quantidade de pessoas na cadeia. Embora o ranking seja de 2011, ele foi elaborado antes dos episódios violentos no Reino Unido e na Noruega e, portanto, a nota destes países não foi alterada. Segundo a ONG, o Brasil ocupa a 79ª posição. A nação menos violenta do mundo é a Islândia. Veja nas fotos ao lado quais são os países mais violentos do mundo.
O país mais violento do mundo, nos últimos anos, tem feito esforços para reduzir os gastos militares e estabilizar seu cenário político. Entretanto, ele permanece no topo do ranking, já que a gestão do atual primeiro ministro, Mohamed Abdullahi Mohamed Farmanjo não consegue dar fim à volatilidade política. Os confrontos entre as tropas do governo federal e grupos radicais islâmicos são violentos e frequentes.
De acordo com a ONG IEP, o governo do primeiro-ministro iraquiano Nouri al Maliki dá sinais de fraqueza, embora tenha começado recentemente. A falta de controle e de mudança na política faz com que o Iraque ainda seja um muito militarizado, no qual o acesso a armamentos é fácil. O país é o segundo mais violento do mundo, segundo o ranking da IEP.
Conflitos separatistas no sul e oeste do Sudão aumentaram a tensão e os níveis de violência no país africano em 2011. Além disso, diversos grupos de rebeldes que fazem oposição ao atual governo frequentemente entram em choque com a polícia. Segundo estimativas das Nações Unidas, mais de 300 mil pessoas morreram em conflitos no país desde 2003. Quase 2,7 milhões de pessoas abandonaram suas casas. O país é o terceiro mais violento do mundo.
Há mais de 20 anos o Afeganistão é palco de conflitos constantes e continua longe da estabilidade. O país é o quarto mais violento do mundo, segundo o ranking da IEP. Os principais confrontos no país são entre forças pró e contra o governo. Segundo estimativas da ONU, cerca de 2800 civis morreram no Afeganistão em 2010. A situação política continua instável, a despeito de diversos movimentos do presidente, Hamid Karzai para fortalecer sua autoridade.
Boa parte do aumento da violência na Coreia do Norte vem do próprio governo. Em 2010, o regime comandado por Kim Jong-II fez o número de execuções públicas triplicar. O regime apertou o cerco sobre a população. No país, roubo, tráfico de pessoas, uso ilegal de celulares fabricados na China e o porte ilegal de dólares dos EUA são crimes punidos com a morte. Além disso, o governo aumentou a fiscalização nas fronteiras do país, para barrar eventuais tentativas de fugir para a China. Os eventuais migrantes ilegais também são punidos com a morte.
O sexto país mais violento do mundo é a República Democrática do Congo. O quadro é resultado de uma série de conflitos internos entre grupos rivais que querem tomar o poder no país. Segundo o estudo da IEP, há alta probabilidade de acontecerem atentados terroristas em todo o território. Em 2010, um atentado a bomba na capital, Kinshasa, matou cerca de 70 pessoas enquanto elas assistiam à final da Copa do Mundo da África do Sul. Há ainda riscos potenciais para a população devido à relação instável que Congo tem com Angola. As tensões entre os dois países tem a ver com uma disputa por territórios à beira-mar e reservas de petróleo.
A Rússia é o sétimo país mais violento do mundo. Apesar de ter colocado um ponto final em seu conflito com a Geórgia, a Rússia ainda sofre com ameaças constantes de atentados terroristas. Em março do ano passado, um ataque a bomba no metrô de Moscou deixou 40 mortos e mais de 100 feridos. Há ainda um conflito permanente entre militantes muçulmanos e o governo federal.
O Paquistão ainda vive sob o risco permanente de violentos confrontos entre o exército e o Taliban. Em 2010, mais de 200 mil pessoas fugiram da zona de combate em apenas um mês no ano passado. Um dos fatores que contribui para a manutenção da violência é a facilidade com que os grupos rebeldes conseguem obter armas e munições no mercado paralelo.
O conflito constante entre forças de Israel e militantes muçulmanos faz com que o país seja o nono mais violento do mundo. Israel permanece em um permanente estado de guerra com seus vizinhos Síria e Líbano e mantém relações tensas com o mundo árabe e o Irã.
Diversos grupos rebeldes da República Centro-Africana insistem em não atender às negociações de paz mediadas pela ONU. Ataques terroristas são comuns no país, que é o décimo mais violento do mundo segundo o ranking da IEP.
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