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Órgão culpa instituições do governo por acidente de barca

Junta que está investigando o naufrágio da barca sul-coreana que deixou 304 mortos atribuiu o incidente em parte à negligência e corrupção de órgãos públicos


	Sewol afunda na Coreia do Sul: resgate dos últimos 11 corpos do naufrágio está suspenso
 (KIM HONG-JI/Reuters)

Sewol afunda na Coreia do Sul: resgate dos últimos 11 corpos do naufrágio está suspenso (KIM HONG-JI/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 09h42.

Seul - A Junta de Auditoria e Inspeção da Coreia do Sul, que está investigando o acidente da barca Sewol que deixou em 304 mortos em abril, atribuiu nesta terça-feira o incidente em parte à negligência e à corrupção de organismos públicos, e anunciou ações legais contra 11 funcionários.

A frouxidão da legislação e os controles governamentais, as decisões judiciais na hora de tramitar o desastre e a corrupção de alguns funcionários contribuíram decisivamente para o acidente e suas trágicas consequências, divulgou hoje a Junta nos resultados provisórios de sua investigação.

O organismo anunciou que enviou à promotoria relatórios com os indícios de corrupção de 11 funcionários do governo e cogita mover ações legais contra outros 40 trabalhadores públicos que poderiam ter tido alguma responsabilidade no acidente.

Segundo os resultados provisórios da investigação, a administração portuária de Incheon forneceu de forma irregular a licença de navegação da barca, enquanto o organismo governamental encarregado de garantir a segurança dos navios não praticou os controles adequados.

Por sua vez, a Associação de Transporte Marítimo da Coreia, que avalia a segurança no porto, não detectou que a embarcação estava sobrecarregada nem que as mercadorias não estavam adequadamente presas em seu interior antes que zarpasse.

A Junta acusou a Guarda Costeira sul-coreana, ainda, de não manter uma comunicação adequada com a Sewol e emitir ordens de resgate equivocadas, o que teria levado a perder um tempo crucial na operação, na qual apenas 172 pessoas puderam ser salvas das 476 que estavam a bordo.

As conclusões provisórias divulgadas hoje são as primeiras da investigação centrada na responsabilidade das instituições públicas no acidente do ferri.

Paralelamente está acontecendo um julgamento no qual o capitão e os membros da tripulação sobreviventes são acusados de fugir do barco e abandonar os passageiros.

Enquanto isso, o resgate dos últimos 11 corpos de vítimas do naufrágio nas águas a sudoeste do país está suspenso pelo mau tempo. 

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