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Organizações se frustram com negociações para Rio+20

Vários representantes dos governos do mundo, o setor privado e a sociedade civil estão há semanas negociando o documento final que deve sair da cúpula

As negociações para a minuta da declaração já se arrastam por quatro meses (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 20h35.

Nações Unidas - Organizações humanitárias, sociais e ambientais mostraram nesta sexta-feira nas Nações Unidas sua ''frustração'' perante a ''apatia'' com a qual avançam as negociações para a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que será realizada no Brasil em junho.

Vários representantes dos governos do mundo, o setor privado e a sociedade civil estão há semanas negociando o documento final que deve sair da cúpula, que será realizada no Rio de Janeiro do dia 20 a 22 de junho, mas as negociações não foram até o momento tão frutíferas como alguns esperavam.

Assim explicaram em entrevista coletiva na sede central da ONU representantes de organizações como Oxfam, Greenpeace, Vitae Civilis e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), entre outras.

''Estamos completamente frustrados e decepcionados com a pouca energia dos governos neste processo. Sinto dizê-lo, mas essa apatia pode ser vista no processo tão lento e muito doloroso com o qual avançaram as negociações das últimas semanas'', disse a representante da organização ETC Group, Neth Dano.

As negociações para a minuta da declaração já se arrastam por quatro meses, um tempo após o qual ''as conversas continuam no zero'', segundo explicou o representante da Oxfam, Antonio Hill, que acrescentou que ''pouco ou nada emergiu do que os governos se comprometeram a alcançar há 20 anos na Cúpula da Terra''.

Essa cúpula, realizada em 1992, foi ''um marco que uniu os esforços encaminhados para o desenvolvimento e o meio ambiente'', e que serviu para estabelecer uma meta para oferecer prosperidade para todos sem sair dos marcos econômicos, algo ainda mais urgente hoje'', disse Daniel Mittler, representante do Greenpeace.


''Agora é o momento de acabar com o desmatamento, conseguir a proteção dos mares e alcançar a revolução energética'', acrescentou Mittler, fazendo um apelo para que os governos lembrem seus compromissos e atuem quando restam menos de 50 dias para o início da cúpula do Rio de Janeiro.

Outros dos participantes da conferência destacaram as negociações na ONU de ''difíceis e lentas'', como disse o ativista Jouni Nissenen, da Associação Finlandesa para a Conservação do Meio Ambiente.

Nissenen disse que devido ''à crise financeira'' que afeta o mundo, ''todos os governos dão marcha à ré, por isso que exortou os países-membros da ONU a trabalhar juntos para superar a falta de confiança que impera nas negociações se se quer conseguir um amanhã melhor, financeira, social e meio-ambientalmente''.

Segundo os participantes, muitos governos usaram as negociações para impedir que sejam incluídas medidas necessárias para garantir um desenvolvimento sustentável, como o respeito aos direitos humanos e os princípios de ''igualdade, precaução e multas aos poluentes''.

O grupo de organizações sustenta que a atual crise financeira, as desigualdades no crescimento, o fracasso do sistema alimentar, a mudança climática e a diminuição dos recursos naturais requerem ''um novo enfoque para o desenvolvimento econômico'' que fique plasmado nos compromissos do Rio.

''As negociações atuais sobre o texto final oferecem, no entanto, simplesmente mais do mesmo'', acrescentaram em uma declaração conjunta.

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Nações Unidas - Organizações humanitárias, sociais e ambientais mostraram nesta sexta-feira nas Nações Unidas sua ''frustração'' perante a ''apatia'' com a qual avançam as negociações para a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que será realizada no Brasil em junho.

Vários representantes dos governos do mundo, o setor privado e a sociedade civil estão há semanas negociando o documento final que deve sair da cúpula, que será realizada no Rio de Janeiro do dia 20 a 22 de junho, mas as negociações não foram até o momento tão frutíferas como alguns esperavam.

Assim explicaram em entrevista coletiva na sede central da ONU representantes de organizações como Oxfam, Greenpeace, Vitae Civilis e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), entre outras.

''Estamos completamente frustrados e decepcionados com a pouca energia dos governos neste processo. Sinto dizê-lo, mas essa apatia pode ser vista no processo tão lento e muito doloroso com o qual avançaram as negociações das últimas semanas'', disse a representante da organização ETC Group, Neth Dano.

As negociações para a minuta da declaração já se arrastam por quatro meses, um tempo após o qual ''as conversas continuam no zero'', segundo explicou o representante da Oxfam, Antonio Hill, que acrescentou que ''pouco ou nada emergiu do que os governos se comprometeram a alcançar há 20 anos na Cúpula da Terra''.

Essa cúpula, realizada em 1992, foi ''um marco que uniu os esforços encaminhados para o desenvolvimento e o meio ambiente'', e que serviu para estabelecer uma meta para oferecer prosperidade para todos sem sair dos marcos econômicos, algo ainda mais urgente hoje'', disse Daniel Mittler, representante do Greenpeace.


''Agora é o momento de acabar com o desmatamento, conseguir a proteção dos mares e alcançar a revolução energética'', acrescentou Mittler, fazendo um apelo para que os governos lembrem seus compromissos e atuem quando restam menos de 50 dias para o início da cúpula do Rio de Janeiro.

Outros dos participantes da conferência destacaram as negociações na ONU de ''difíceis e lentas'', como disse o ativista Jouni Nissenen, da Associação Finlandesa para a Conservação do Meio Ambiente.

Nissenen disse que devido ''à crise financeira'' que afeta o mundo, ''todos os governos dão marcha à ré, por isso que exortou os países-membros da ONU a trabalhar juntos para superar a falta de confiança que impera nas negociações se se quer conseguir um amanhã melhor, financeira, social e meio-ambientalmente''.

Segundo os participantes, muitos governos usaram as negociações para impedir que sejam incluídas medidas necessárias para garantir um desenvolvimento sustentável, como o respeito aos direitos humanos e os princípios de ''igualdade, precaução e multas aos poluentes''.

O grupo de organizações sustenta que a atual crise financeira, as desigualdades no crescimento, o fracasso do sistema alimentar, a mudança climática e a diminuição dos recursos naturais requerem ''um novo enfoque para o desenvolvimento econômico'' que fique plasmado nos compromissos do Rio.

''As negociações atuais sobre o texto final oferecem, no entanto, simplesmente mais do mesmo'', acrescentaram em uma declaração conjunta.

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