Organizações humanitárias alertam para o risco do calor extremo
Aumento das temperaturas afeta as populações mais vulneráveis: idosos, trabalhadores ao ar livre e pessoas sem acesso a sistemas de climatização
Agência de notícias
Publicado em 29 de março de 2024 às 10h42.
Duas das maiores organizações humanitárias do mundo realizaram, na quinta-feira, 28, uma cúpula virtual sobre o calor extremo para pedir a governos, empresas e filantropos que se mobilizem para a chegada do verão no hemisfério norte.
Embora 2023 tenha sido o ano mais quente já registrado, o aumento das temperaturas, provocado pelas mudanças climáticas, afeta as populações mais vulneráveis: idosos, trabalhadores ao ar livre e pessoas sem acesso a sistemas de climatização.
Este calor extremo pode matar, mas presta-se menos atenção a ele do que a fenômenos como furacões ou inundações, lamentaram as duas organizações, a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
"Hoje iniciamos uma primavera mundial de ação sobre o calor extremo para sensibilizar e gerar compromissos", disse Jagan Chapagain, secretário-geral da FICV. "Fazemos um apelo aos governos, à sociedade civil, aos jovens e a todos os líderes para que adotem medidas concretas em escala mundial."
"Pedimos às agências de desenvolvimento, filantropos e outros doadores que reconheçam a ameaça que o calor extremo representa para a humanidade e que destinem recursos para ajudar as comunidades a enfrentá-lo", acrescentou Samantha Power, administradora do USAID.
Mapa interativa de calor extremo
A agência afirma que ajuda a construir 30 escolas na Jordânia, projetadas para suportar o calor, com um bom isolamento e ar condicionado.
Também anunciou que havia publicado, nesta quinta-feira, um mapa interativo com as áreas mais expostas ao calor extremo.
Durante a cúpula, John Podesta, emissário do presidente dos Estados Unidos para assuntos climáticos, disse que se informar com antecedência sobre as ondas de calor "pode salvar vidas".
"Mas um terço da população mundial não tem acesso a essa informação vital", afirmou.
"O calor extremo causou mais mortes do que qualquer outro perigo relacionado com o clima", disse, dando como exemplo os mais de 60.000 mortos por calor na Europa durante o verão de 2022.