Mundo

Opositores preenchem muro com 20 mil mentiras de Trump em Nova York

A parede, que foi batizada de "Wall of Lies", traz 20.000 afirmações que o jornal Washington Post classificou como falsas em checagem

Muro com afirmações de Trump verificadas como mentira: feito por artistas no Brooklyn, em Nova York (Jessy Edwards/BK Reader/Reprodução)

Muro com afirmações de Trump verificadas como mentira: feito por artistas no Brooklyn, em Nova York (Jessy Edwards/BK Reader/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 12h59.

Um novo muro colorido começou a chamar a atenção neste mês dos moradores de uma região do Brooklyn, na cidade de Nova York. Moradores da região reuniram em uma parede do local 20.000 afirmações do presidente Donald Trump classificadas como falsas por checagem do jornal Washington Post. 

O projeto foi batizado de "Wall of Lies", ou muro das mentiras. A criação é de Tom Tenney, diretor-executivo de uma rádio local sem fins lucrativos e de Phil Buehler, um fotógrafo da região.

A checagem do Washington Post, cujo material foi usado pela dupla criadora da parede do Brooklyn, reuniu declarações feitas por Trump desde que tomou posse, em janeiro de 2017, até o último mês de julho.

O senador por Nova York e líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, também comentou sobre o muro no Twitter nesta semana.

Ele afirmou que foi ao Bushwick, bairro do Brooklyn onde o muro está localizado, para ver a parede e conversar com os eleitores sobre saúde e a nomeação para a Suprema Corte (Trump nomeou a juíza conservadora Amy Barrett, nomeação que precisa ser aprovada no Senado).

Desde que foi colocada à vista, no último sábado, 3, a parede recebeu visitas ilustres e tem feito moradores pararem para ler, segundo a imprensa da região. Eleitores críticos do presidente também passaram a responder postagens de Trump nas redes sociais com imagens do muro.

O estado de Nova York não vota em um republicano para presidente desde Ronald Reagan em 1984.

A parede também é uma brincadeira com uma das promessas de campanha de Trump, a construção de um muro em parte da fronteira dos Estados Unidos com o México. A paródia não caiu bem entre parte dos americanos, e a parede amanheceu com pichações nesta semana.

Nova York, o reduto democrata

Um dos objetivos dos criadores é incentivar os eleitores a votarem nas eleições presidenciais daqui a um mês. Mas um eventual voto dos moradores do Brooklyn contrários a Trump deve influenciar pouco a eleição: os democratas historicamente vencem no estado de Nova York, independentemente do candidato, e o mesmo deve acontecer com Joe Biden, que lidera com folga nas pesquisas do estado.

A última vez que um republicano ganhou em Nova York na corrida presidencial foi Ronald Reagan em 1984. Na última eleição, em 2016, Hillary Clinton venceu Trump com 59% dos votos. No sistema eleitoral americano, o vencedor do estado leva todos os votos do chamado colégio eleitoral.

Assim, o vencedor em Nova York já ganha 29 dos 270 votos que precisa para vencer a eleição (ao todo, são 538 votos no colégio eleitoral). O foco mesmo nas eleições são estados historicamente nem republicanos, nem democratas, os chamados swing states, o que não é o caso de Nova York.

A eleição americana está marcada para 3 de novembro, daqui a menos de um mês. Segundo as últimas pesquisas, Biden tem nove pontos de vantagem no acumulado dos votos nacionais e lidera nos estados decisivos, embora com margem mais apertada.

Diagnosticado com coronavírus na última sexta, 2, Trump afirmou hoje que não participará do próximo debate com Biden. O comentário foi feito após a decisão da comissão que organiza o debate em fazer o evento de forma virtual diante da doença do presidente.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasJoe BidenNova YorkTwitter

Mais de Mundo

Campanha de Biden ignora críticas e afirma que ele voltará à estrada em breve

Jovens da Venezuela se preparam para sua primeira eleição

Trump retoma campanha contra um Biden enfraquecido

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Mais na Exame