Opositora birmanesa se reúne com herdeiro da junta militar
Suu Lyi se reuniu a portas fechadas com o presidente da câmara baixa do parlamento, Shwe Mann, na capital administrativa
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2015 às 10h04.
A opositora birmanesa Aung San Suu Kyi se reuniu nesta quinta-feira, pela primeira vez, com um dirigente herdeiro da junta militar, que será substituída no poder depois que a Nobel da Paz obteve sua vitória eleitoral, apesar de a transição se anunciar longa.
Suu Lyi se reuniu a portas fechadas com o presidente da câmara baixa do parlamento, Shwe Mann, na capital administrativa, Naypyidaw, segundo um fotógrafo da AFP.
"Trabalhamos com dossiês importantes para o país", afirmou o porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND) de Suu Kyi, Win Htein.
Mas as reuniões com as duas personalidades principais, o presidente Thein Sein e o comandante das Forças Armadas, general Min Aung Hlaing, não acontecerão por ora.
Assim que ficou sabendo de sua vitória eleitoral, a opositora enviou cartas oficiais a Shwe Mann, ao presidente e ao chefe das Forças Armadas para solicitar um encontro.
O presidente já em fim de mandato, Thein Sein, prometeu no domingo uma transição tranquila e destacou que a ampla vitória eleitoral do partido opositor de Aung San Suu Kyi resultava das reformas de seu governo.
O ex-militar, que aposentou o uniforme ao assumir o poder há cinco anos, considerou a votação do dia 8 de novembro um legado das reformas que permitiram reintegrar à comunidade internacional um país submetido, durante anos, a um regime militar.
"As eleições são o resultado de nosso processo de reformas e, conforme prometido, fomos capazes de conduzi-lo com êxito", disse Thein Sein ao receber os dirigentes políticos em Yangon, durante sua primeira aparição pública desde as legislativas.
"Transferiremos este processo (de reformas) ao novo governo", declarou, acrescentando: "Não se preocupem com a transição", buscando amenizar as preocupações por um possível desvirtuamento da primeira tentativa de democratização do país em várias décadas.
A LND obteve cerca de 80% das cadeiras dos comícios, deixando migalhas às demais formações.
Apesar dos maus resultados de seu partido, os militares têm assegurada sua presença no Parlamento graças a uma lei que lhes garanta 25% das cadeiras.
Também controlam o aparelho de segurança do país e alguns postos-chave, como os ministérios do Interior e da Defesa, cuja nomeação depende do comandante-em-chefe das Forças Armadas.
Uma vez eleito, o Parlamento escolherá no início de 2016 o próximo presidente.
Aung San Suu Kyi não poderá ser chefe de Estado porque a Constituição birmanesa veta o cargo às pessoas que têm filhos de nacionalidade estrangeira, como é o caso da Nobel da Paz, que no entanto já advertiu que estará "acima" do posto.
A opositora birmanesa Aung San Suu Kyi se reuniu nesta quinta-feira, pela primeira vez, com um dirigente herdeiro da junta militar, que será substituída no poder depois que a Nobel da Paz obteve sua vitória eleitoral, apesar de a transição se anunciar longa.
Suu Lyi se reuniu a portas fechadas com o presidente da câmara baixa do parlamento, Shwe Mann, na capital administrativa, Naypyidaw, segundo um fotógrafo da AFP.
"Trabalhamos com dossiês importantes para o país", afirmou o porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND) de Suu Kyi, Win Htein.
Mas as reuniões com as duas personalidades principais, o presidente Thein Sein e o comandante das Forças Armadas, general Min Aung Hlaing, não acontecerão por ora.
Assim que ficou sabendo de sua vitória eleitoral, a opositora enviou cartas oficiais a Shwe Mann, ao presidente e ao chefe das Forças Armadas para solicitar um encontro.
O presidente já em fim de mandato, Thein Sein, prometeu no domingo uma transição tranquila e destacou que a ampla vitória eleitoral do partido opositor de Aung San Suu Kyi resultava das reformas de seu governo.
O ex-militar, que aposentou o uniforme ao assumir o poder há cinco anos, considerou a votação do dia 8 de novembro um legado das reformas que permitiram reintegrar à comunidade internacional um país submetido, durante anos, a um regime militar.
"As eleições são o resultado de nosso processo de reformas e, conforme prometido, fomos capazes de conduzi-lo com êxito", disse Thein Sein ao receber os dirigentes políticos em Yangon, durante sua primeira aparição pública desde as legislativas.
"Transferiremos este processo (de reformas) ao novo governo", declarou, acrescentando: "Não se preocupem com a transição", buscando amenizar as preocupações por um possível desvirtuamento da primeira tentativa de democratização do país em várias décadas.
A LND obteve cerca de 80% das cadeiras dos comícios, deixando migalhas às demais formações.
Apesar dos maus resultados de seu partido, os militares têm assegurada sua presença no Parlamento graças a uma lei que lhes garanta 25% das cadeiras.
Também controlam o aparelho de segurança do país e alguns postos-chave, como os ministérios do Interior e da Defesa, cuja nomeação depende do comandante-em-chefe das Forças Armadas.
Uma vez eleito, o Parlamento escolherá no início de 2016 o próximo presidente.
Aung San Suu Kyi não poderá ser chefe de Estado porque a Constituição birmanesa veta o cargo às pessoas que têm filhos de nacionalidade estrangeira, como é o caso da Nobel da Paz, que no entanto já advertiu que estará "acima" do posto.