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Opositor conservador é eleito presidente da Coreia do Sul

A vitória de Yoon Suk-yeol marcará o início de um regime mais conservador após cinco anos sob os liberais moderados de Lee Jae-myung

O novo presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, do principal partido da oposição, PPP, é parabenizado por apoiadores do lado de fora da sede do partido, em Seul, em 10 de março de 2022. (AFP/AFP)

O novo presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, do principal partido da oposição, PPP, é parabenizado por apoiadores do lado de fora da sede do partido, em Seul, em 10 de março de 2022. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 9 de março de 2022 às 18h55.

O líder da oposição conservadora, Yoon Suk-yeol, foi eleito presidente da Coreia do Sul, anunciou nesta quarta-feira (9) a agência Yonhap, depois que seu adversário governista, o liberal Lee Jae-myung, reconheceu a derrota.

Após a apuração de 98% dos votos da eleição realizada na quarta-feira, Yoon, do Partido do Poder Popular (PPP), "obteve 48,59% dos votos frente a 47,79% para Lee", do Partido Democrático (centro-esquerda), do atual presidente Moon Jae-in, detalhou a Yonhap. "Esta é uma vitória para o grande povo da Coreia do Sul", declarou Yoon aos apoiadores que cantavam seu nome na Assembleia Nacional.

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Após uma campanha dominada por calúnias entre os dois principais candidatos, a participação eleitoral foi de 77,1%, neste país de cerca de 52 milhões de habitantes.

Os dois partidos estão em polos ideologicamente opostos. A vitória de Yoon marcará o início de um regime mais conservador após cinco anos sob os liberais moderados do presidente cessante.

É também uma reviravolta dramática para o PPP, que ficou estremecido em 2017 depois que seu líder e presidente do país, Park Geung-hye, foi destituída e presa por acusações de corrupção, antes de ser perdoada.

Yoon, 61, ex-promotor e novato na política, ganhou notoriedade por suas investigações implacáveis relacionadas a questões de corrupção na esfera estadual. Sua proposta mais polêmica é a de abolir o Ministério da Igualdade de Gênero, alegando que, apesar das evidências em contrário, as mulheres sul-coreanas não sofrem "discriminação sistêmica de gênero". Em junho passado, ele foi designado candidato do PPP.

As pesquisas de boca de urna mostraram uma divisão de gênero entre os eleitores com menos de 30 anos. Nessa faixa etária, 58,7% dos homens votaram em Yoon, e 36,3%, em Lee. Em contraste, 58% das mulheres da mesma faixa etária votaram em Lee, e 33,8%, em Yoon.

"O amplo apoio que Yoon tem entre os jovens é absolutamente aterrorizante do ponto de vista de uma mulher", disse o estudioso Keung Yoon Bae à AFP.

Yoon Suk-yeol propõe flexibilizar as leis trabalhistas, incluindo o salário mínimo e a jornada de trabalho.

Desafios

O país de 52 milhões de habitantes vive uma onda da variante ômicron do coronavírus, com 342.446 novos casos registrados nesta quarta-feira.

Mais de 1 milhão de sul-coreanos que testaram positivo estão atualmente em isolamento em casa. A lei eleitoral foi alterada, no mês passado, para permitir que votassem separadamente no final do dia.

De acordo com pesquisas, o aumento dos preços dos imóveis em Seul, as desigualdades econômicas e o alto desemprego entre os jovens são as principais preocupações dos eleitores.

- Coreia do Norte -

O novo presidente também enfrentará uma Coreia do Norte cada vez mais agressiva, que encadeou neste ano uma série de testes de mísseis, um deles dias antes das eleições.

Yoon é considerado um partidário da linha dura frente ao regime comunista de Pyongyang e levantou a possibilidade de bombardeios preventivos em caso de necessidade. Também se declarou a favor da compra de mais munição antimísseis americana Thaad, embora esse fortalecimento militar possa provocar uma retaliação da China, principal parceiro comercial da Coreia do Sul.

"Sua falta de experiência política terá repercussões na política externa", prevê Minseon Ku, professor de ciência política na Universidade do Estado de Ohio.

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