Opep: 'o freio econômico está passando a conta na demanda petrolífera mundial, especialmente na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)' (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 09h27.
Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou nesta terça-feira para baixo sua previsão de crescimento do consumo mundial de petróleo em 2011 e 2012, fixando-o agora em 1,01% e 1,36%, respectivamente, devido a persistente incerteza sobre a conjuntura mundial.
Antes de tudo, são preocupantes a zona do euro e a 'desaceleração nas economias avançadas que foram mais pronunciadas do que o esperado'.
A demanda de petróleo do planeta será em média de 87,81 milhões de barris diários (mbd) em 2011, 1,01% mais do que no ano passado.
Pelos cálculos publicados nesta terça em seu relatório mensal, em 2012 crescerá 1,36% (até os 89,01 mbd).
Os números do grupo são inferiores aos estimados um mês atrás, quando se ratificou o crescimento anual do consumo do 'ouro negro' de 1,22% e de 1,44% em 2011 e 2012, respectivamente.
'O freio econômico está passando a conta na demanda petrolífera mundial, especialmente na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)', assinala a Opep.
Os especialistas da organização basearam seus cálculos no crescimento maior da economia mundial.
A situação nos Estados Unidos se apresenta mais difícil do que o esperado no começo do ano e 'os desafios da dívida soberana em alguns países da região (do euro) surgiram como uma ameaça em direção ao futuro, explicam.
O acidente nuclear na planta japonesa de Fukushima em março, por causa do forte terremoto e posterior tsunami, 'impactou nas expectativas de crescimento' do país asiático.
Em meio às incertezas e temores, os preços do petróleo mostraram uma 'crescente volatilidade desde maio, com padrão de constantes altas seguidas por abruptas quedas', aponta o relatório.
'Desde o fim de abril de 2011, a direção dos preços do petróleo foi amplamente determinada por oscilações nas bolsas, o que manteve os 'petropreços' sensíveis aos desenvolvimentos macroeconômicos cotidianos', acrescenta.
O valor do barril de referência da Opep oscilou em setembro entre US$ 102 e US$ 112, com média mensal de US$ 107,61, 1,2% mais do que em agosto.
A alta foi propícia a apreciação do petróleo equatoriano 'Oriente', assim como os tipos de petróleo leves da África, cuja demanda aumentou pela falta de abastecimento na Líbia.
Em outubro o 'ouro negro' foi fortemente pressionado para baixa e a cotação da Opep caiu a menos de US$ 100 no início do mês, da mesma forma que o barril do Brent, de referência na Europa, enquanto o petróleo do Texas (WTI) chegou ao fundo do poço aos US$ 76, antes de recuperar os últimos dias parte do terreno perdido.
A Opep calcula que a demanda mundial dos membros totaliza os 29,9 mbd, tanto neste ano quanto no próximo, por isso que não espera aumento na procura.
Frente a isso, a produção total do grupo de 12 países desceu em setembro para os 28,89 mbd, 77.400 bd menos do que em agosto, o que reflete, principalmente, a redução do bombeamento da Nigéria (-162.000 bd) e da Arábia Saudita (-122.000 bd).
Parte das reduções foi compensada pelo aumento da produção de Angola (+84.900 bd), e da Líbia, que subiu de 7.000 para 96.000 bd seu bombeamento entre agosto e setembro, em direção à normalização de 1,6 mbd anterior à guerra civil.
Venezuela e Equador abriram as torneiras no mês passado, embora de forma moderada (+23.900 e +1.400 bd), segundo 'fontes secundárias' que a Opep utiliza para os cálculos. EFE