Mundo

OPAQ se destaca por sua discrição e perseverança

A notoriedade recente da OPAQ se deve à difícil missão de destruir o arsenal químico da Síria em meio a uma guerra civil

A sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), em Haia, em 31 de agosto de 2013. (AFP)

A sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), em Haia, em 31 de agosto de 2013. (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 11h15.

Haia - A Organização para a Proibição das Armas Químicas(OPAQ), Nobel da Paz de 2013, é uma instituição que brilha tradicionalmente por sua discrição, mas, que com um trabalho de perseverança, conseguiu desmantelar em menos de duas décadas 81% dos agentes químicos do mundo.

A notoriedade recente se deve à difícil missão recebida pelo Conselho de Segurança da ONU: destruir o arsenal químico da Síria em meio a uma guerra civil.

A resolução permitiu evitar uma intervenção militar internacional neste país, em represália ao ataque químico contra uma zona rebelde perto de Damasco, em agosto, que a oposição e os países ocidentais atribuem ao regime.

Mas a OPAQ geralmente executa seu trabalho longe dos holofotes.

"O trabalho da organização foi objeto de vários anos de paciência diplomática", afirmou recentemente à AFP o porta-voz Michael Luhan.

"Nossa persistência, sem alardes, é um trabalho lento de destruição (dos arsenais químicos), que esperamos seja mais apreciado com o tempo", completou o porta-voz, antes de destacar que a entidade já destruiu 57.000 toneladas de armas químicas, a maioria dos Estados Unidos e Rússia.

A OPAQ, com sede em Haia, supervisiona a aplicação da Convenção de Armas Químicas (CAQ), um tratado multilateral assinado em 13 de janeiro de 1993 em Paris e que está em vigor desde 29 de abril de 1997.

A organização tem 189 países membros, que representam 98% da população mundial. Quatro países - Coreia do Norte, Angola, Egito, Sudão do Sul - não assinaram nem ratificaram a Convenção. Israel e Mianmar assinaram em 1993, mas não ratificaram o texto.


Na Síria, a convenção entrará em vigor oficialmente na próxima segunda-feira.

Entre 1997 e 2013, a OPAQ executou 5.167 inspeções em 86 países. De acordo com a organização, 81% dos agentes químicos do mundo foram destruídos, assim como mais de 57% das munições e contêineres químicos mencionados na CAQ.

A CAQ foi o primeiro acordo de desarmamento negociado em um marco multilateral que prevê a erradicação de uma categoria de armas de destruição em massa.

Com base no Protocolo de Genebra de 1925, proíbe a busca, fabricação, armazenamento e uso de armas químicas.

A OPAQ também proporciona assistência e proteção a qualquer Estado objeto de ameaças ou ataques com armas químicas.

Os inspetores da OPAQ trabalham com produtos perigosos: o simples contato da pele com gás sarin bloqueia a transmissão dos impulsos nervosos e provoca a morte por parada cardiorrespiratória.

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasConselho de Segurança da ONU

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos