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ONU vota amanhã envio de observadores à Síria

O principal órgão internacional de segurança se reunirá a partir das 15h de sábado (12h de Brasília) ''com o objetivo de tentar votar um texto''

Susan Rice disse já se trabalha em um projeto que contemple as negociações desta sexta-feira (Mario Tama/Getty Images)

Susan Rice disse já se trabalha em um projeto que contemple as negociações desta sexta-feira (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 21h02.

Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU atrasou para amanhã a votação para autorizar o envio dos primeiros observadores à Síria, depois que seus membros negociassem durante horas, e sem um resultado concreto, a resolução para que essa equipe chegue ao país árabe.

O principal órgão internacional de segurança se reunirá a partir das 15h de sábado (12h de Brasília) ''com o objetivo de tentar votar um texto'', segundo anunciou a presidente de turno do Conselho, a americana Susan Rice, que destacou que já se trabalha em um projeto que contemple as negociações desta sexta-feira.

Susan Rice detalhou que, após horas de ''negociações sérias'', os 15 membros do conselho decidiram reunir-se no sábado para votar ''uma versão modificada'' da resolução apresentada na quinta-feira por Estados Unidos, França e Reino Unido, com o apoio de Alemanha, Colômbia, Portugal e Marrocos, à qual a Rússia se tinha mostrado reticente.

''Houve muitas mudanças'', disse a embaixadora sobre o novo texto no qual agora se trabalha para enviá-lo às capitais nas próximas horas e ''esperar instruções'' que permitam refletir o consenso do Conselho com relação ao envio de observadores solicitado na quinta-feira pelo enviado especial à Síria, Kofi Annan.

Os países ocidentais esperavam votar hoje sua resolução, que fala do envio de ''observadores militares desarmados'' e assenta as bases para que a ONU possa desdobrar uma missão completa, quando houver condições adequadas no terreno, mas seu conteúdo não agradou à Rússia, que optou por apresentar seu próprio projeto.


As negociações se concentraram então, segundo assinalaram fontes diplomáticas, em unir de alguma maneira ambas propostas, levando em conta que o texto ocidental foi o primeiro que chegou à mesa do principal órgão de decisão da ONU.

''Ainda não há um acordo. São negociações muito duras, mas em qualquer caso teremos uma votação amanhã'', declarou à imprensa o embaixador francês nas Nações Unidas, Gérard Araud, ao fim da reunião.

O representante da Rússia perante a ONU, Vitaly Churkin, assegurou por sua parte que não estava ''completamente satisfeito'' com as negociações mantidas até o momento.

O principal empecilho das negociações desta sexta-feira foram as reservas russas à possibilidade de o projeto de resolução final servir de guarda-chuva para o envio de uma missão robusta de embaixadores, já que considera que primeiro deve dar o sinal verde apenas a uma missão avançada de observadores e depois preparar uma nova resolução.

Fontes da ONU revelaram à Agência Efe que os primeiros observadores, que deve confirmar o respeito ao fim das hostilidades estipulado pelas partes dentro do plano de paz de Annan, estavam preparados ''para chegar a Damasco hoje mesmo'' se o Conselho de Segurança tivesse autorizado.


A votação de amanhã será a terceira ocasião que o Conselho de Segurança reúne-se com a intenção de estabelecer uma resolução sobre a Síria e seria a primeira vez que, nos 13 meses que dura a crise síria, esse órgão emite seu documento de maior categoria em relação a esse conflito.

Rússia e China já exerceram seu direito de veto no Conselho de Segurança em duas ocasiões para evitar uma resolução de condenação contundente a Damasco.

Enquanto isso, o segundo dia de cessar-fogo na Síria foi manchado por breves combates entre o Exército e os rebeldes perto da fronteira com a Turquia e pelas denúncias que as manifestações de opositores foram reprimidas pela força.

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