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ONU vê risco em "vazio de poder" em áreas deixadas pelas Farc

Segundo a ONU, grupos criminosos podem aproveitar para tomar o controle de atividades nas zonas

Farc: risco é um aumento das violações aos direitos humanos (Getty Images)

Farc: risco é um aumento das violações aos direitos humanos (Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 12h42.

Genebra - A ONU advertiu nesta sexta-feira à Colômbia do vazio de poder que está sendo gerado em zonas que os guerrilheiros das Farc estão abandonando em cumprimento do acordo de paz, situação que os grupos criminosos podem aproveitar para tomar o controle de atividades como o cultivo de coca e a mineração ilegal.

"À medida que os membros das Farc abandonam áreas tradicionalmente sob seu controle, o Estado não assumiu plenamente suas funções, deixando um vazio de poder", afirmaram o órgão das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Nessas circunstâncias fica evidente o risco de aumento das violações aos direitos humanos.

A ONU, cujo ramo de direitos humanos têm uma importante presença na Colômbia, documentou neste ano 61 assassinatos, principalmente de ativistas e líderes sociais em áreas rurais.

O mais preocupante é que um terço desses assassinatos ocorreram após a assinatura do primeiro acordo de paz, em 26 de setembro.

No marco da implementação do segundo e definitivo acordo de paz, a ONU também pediu hoje ao governo colombiano que acelere a preparação das zonas nas quais devem se concentrar os guerrilheiros das Farc para entregar as armas e se desmobilizar.

Duas semanas depois da adoção do acordo, nenhuma destas áreas está pronta para recebê-los.

"A experiência internacional demonstra que os primeiro dias da desmobilização são os mais críticos para assegurar que os combatentes não abandonem o processo de paz e para prevenir um aumento da violência", explicou a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos em Genebra.

O organização afirmou que nenhuma das zonas em questão está equipada para receber os guerrilheiros e que, entre outros problemas, a água potável, os alimentos, os serviços de saúde e a eletricidade estão limitados.

Os membros das Farc que se reuniram nos pontos conhecidos como "pré-agrupamento", que constitui a etapa prévia ao desarmamento e à desmobilização, estão afrontando uma situação similar nestes dias.

Nesses lugares também é notória a falta de preparação e de instalações, acrescentou a ONU.

Como recomendação, a organização propôs que o governo designe um responsável de tramitar com autoridade estes problemas práticos para evitar que estes possam prejudicar a aplicação adequada do acordo de paz.

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