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ONU tem déficit de US$ 367 mi em programa de remoção minas

Secretário-geral da entidade pediu ajuda internacional para ajudar no financiamento de combate ao problema

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, lembro a importância da retirada das minas terrestres (Chris Hondros/Getty Images)

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, lembro a importância da retirada das minas terrestres (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2011 às 14h24.

Nova York - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, declarou nesta segunda-feira à comunidade internacional que ainda é preciso US$ 367 milhões para iniciar em 2011 os programas para eliminar restos de minas e explosivos terrestres.

Ban ressaltou que "as atividades relativas às minas ainda não contam com financiamento suficiente" e cifrou em US$ 367 milhões o déficit para este ano, em sua mensagem pela celebração nesta quarta-feira do Dia Internacional de Informação sobre o Perigo das Minas e de assistência para atividades relativas a esses explosivos.

O principal responsável da ONU lembrou que embora "seja um valor alto, o custo se compensaria amplamente com os benefícios obtidos da remoção de perigos explosivos, a difusão da informação, a educação sobre o perigo das minas, a assistência aos sobreviventes e a ajuda às comunidades".

Na atualidade há 156 Estados que fazem partes na Convenção sobre a proibição de minas antipessoais, enquanto 55 ratificaram a Convenção sobre Munição e outros 99 o Convenção sobre os direitos das pessoas com incapacidade.

Ban exortou aos países a alcançar "a adesão universal a estes importantes tratados", assim como aumentar o apoio à informação sobre o perigo das minas e a assistência às atividades relativas a esse tipo de explosivos terrestres.

Igualmente reivindicou uma maior solidariedade mundial para "conseguir um mundo mais seguro e próspero para todos", além disso, indicou que a eliminação desse tipo de munição após um conflito, supõe oportunidades de crescimento econômico para os países afetados.

Sua remoção, acrescentou Ban, "cria oportunidades de emprego, transforma as zonas perigosas em terras produtivas e encaminha as sociedades para uma segurança duradoura".

"As minas terrestres e os restos explosivos de guerra têm consequências graves para a subsistência das pessoas, a economia e o desenvolvimento social dos países e as atividades de consolidação da paz internacional", indicou o especialista do Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud), Jordan Ryan.

A ONU realiza nas sociedades afetadas por esse problema programas de educação sobre o perigo das minas, e só em 2010 no Afeganistão, 14,4 mil pessoas participaram do setor de atividades relativas às minas e ajudaram a destruir mais de 1 milhão de restos explosivos de guerra.

O organismo também tenta, através das agências vinculadas ao desenvolvimento, vincular as atividades relativas às minas com planos gerais de desenvolvimento para promover a produção agrícola, reforçar a infraestrutura, melhorar o abastecimento de água e proporcionar serviços melhorados de educação e saúde.

Ban considerou que essas atividades são "imprescindíveis" para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) em 2015.

Durante 2010 os esforços conjuntos dos países afetados pelas minas terrestres, as ONGs e os organismos da ONU conseguiram reduzir o número mundial de mortes anuais por esta causa para 4 mil.

O número representa uma redução de mais de 75% em relação as 26 mil mortes registradas em 1997.

Em 2010 se destruíram mais de um milhão de restos explosivos de guerra no Afeganistão, enquanto na República Democrática do Congo e no Sudão, a eliminação das minas e outros explosivos possibilitaram a reabertura de mais de 7 mil quilômetros de estradas.

As atividades da ONU se completam com a abertura de uma exposição conjunta dos fotógrafos venezuelano Kike Arnal e do esloveno Arne Hodalic sobre os efeitos das minas terrestres e dos restos de explosivos de guerra na população civil do Líbano e da República Democrática do Congo.

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