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ONU quer evitar genocídio como o de Ruanda no Sudão do Sul

A ONU não permitirá que o genocídio ocorrido em 1994 em Ruanda se repita no Sudão do Sul, afirma conselheiro das Nações Unidas


	Militar no Sudão do Sul: incitações ao ódio e os massacres geram o temor de que este conflito provoque uma violência grave, diz ONU
 (AFP/Getty Images)

Militar no Sudão do Sul: incitações ao ódio e os massacres geram o temor de que este conflito provoque uma violência grave, diz ONU (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 10h27.

Juba - A ONU não permitirá que o genocídio ocorrido em 1994 em Ruanda se repita no Sudão do Sul, país devastado desde dezembro por uma guerra marcada por massacres étnicos, afirmou nesta quarta-feira, em Juba, um conselheiro especial das Nações Unidas.

As "incitações ao ódio" e os massacres "com bases étnicas" no Sudão do Sul provocam o temor de que "este conflito provoque uma violência grave que escape de qualquer controle", afirmou Adama Dieng, conselheiro para a prevenção do genocídio.

"Devemos garantir que os responsáveis pelos crimes cometidos aqui respondam por eles", completou.

"Aos sobreviventes do genocídio, devemos o juramento de adotar todas as medidas ao nosso alcance para proteger a população de uma nova Ruanda. Não há desculpa para não atuar", disse.

De acordo com Dieng, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está muito preocupado e fará com que "o que aconteceu em Ruanda não se repita nunca em nenhuma outra parte do continente".

Dieng e a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, concluíram nesta quarta-feira uma visita de dois dias ao Sudão do Sul, onde se reuniram com o presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente Riek Machar. As tropas de ambos se enfrentam desde dezembro.

"A comunidade internacional deve pressionar os dirigentes políticos do país para que deixem de arrastar seu povo para o caminho da autodestruição", declarou Pillay.

A Alta Comissária disse que está "aterrorizada com a aparente indiferença mostrada pelos dois dirigentes sobre o risco de fome" quando ela citou o tema.

"A perspectiva de infligir fome e desnutrição em grande escala a centenas de milhares de compatriotas, pela incapacidade pessoal para resolver suas divergências pacificamente, não parece provocar grande comoção", completou.

Ao citar dados do Unicef, Pillay afirmou que "mais de 9.000 crianças foram recrutadas pelas tropas dos dois lados", o que representa crimes de guerra.

Pillay também denunciou uma grande quantidade de colégios e centros médios sob controle das tropas ou atacados, estupros e sequestros de mulheres e crianças, assim como as mortes de crianças em massacres cometidos tanto pelo exército como pelas forças partidárias de Machar.

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