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ONU quer eliminar a condição de apátrida em 10 anos

Segundo a ONU, cerca de 10 milhões de pessoas não possuem nacionalidade no mundo

A cantora de ópera Barbara Hendricks visita centro de acolhimento de apátridas na Costa do Marfim (Sia Kambou/AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2014 às 12h23.

Genebra - Cerca de 10 milhões de pessoas não possuem nacionalidade no mundo, segundo a Acnur, a agência das Nações Unidas para os Refugiados, que quer erradicar a condição apátrida nos próximos dez anos.

"A cada 10 minutos nasce uma criança apátrida em algum lugar do mundo", declarou Antonio Guterres, o alto comissário para os refugiados, que considera esta situação "uma anomalia grave e inaceitável do século XXI".

Dentro de uma campanha neste sentido lançada esta terça, Guterres e 20 celebridades publicaram uma carta aberta na qual recordam que ser "apátrida pode significar uma vida sem educação, sem cuidados, nem emprego formal, uma vida sem liberdade de movimento, sem esperança, nem perspectiva de futuro".

Entre os signatários figuram a atriz Angelina Jolie , o arcebispo emérito Desmond Tutu e a cantora de ópera Barbara Hendricks.

A carta aberta aberta busca conseguir 10 milhões de assinaturas em apoio a esta campanha e o plano da Acnur apresenta dez ações concretas para resolver o problema.

Entre essas ações, está o pedido da Acnur aos Estados para que tentem garantir o registro de nascimento.

Segundo Guterres, 70% dos recém-nascidos sírios, registrados em campos de refugiados, são considerados apátridas.

Os apátridas são marginalizados durante toda a vida, privados de identidade jurídica, acesso à educação e ao emprego, e entre os vários fatores para explicar este fenômeno estão as guerras, o desaparecimento de Estados (como a ex-União Soviética) e legislações de alguns países que impedem que um recém-nascido de pai desconhecido tenha apenas a nacionalidade da mãe.

Em 1961, foi assinada uma convenção internacional para erradicar esta condição, mas, 53 anos depois, o problema subsiste.

Albert Einstein (1879-1955) foi um célebre apátrida entre 1896, quando renunciou a sua nacionalidade alemã, e 1901, quando obteve a suíça.

Entre os países mais afetados pelo problema, estão Mianmar, onde se nega a cidadania a um milhão de muçulmanos Rohingyas, Costa do Marfimn, onde vivem 700.000 apátridas procedentes em sua maioria de Burkina Faso, Tailândia (500.000 apátridas), Lituânia (268.000 apátridas de origem russa) e a República Dominicana (200.000 apátridas de origem haitiana).

São Paulo – Mais de dois milhões de pessoas saíram da Síria em direção a campos de refugiados da Organização das Nações Unidas em países vizinhos desde que a guerra civil começou, dois anos atrás. A situação não é inédita no mundo. De acordo com a agência da ONU responsável por refugiados, mais de 32 milhões de pessoas deixaram seus países por causa da situação política ou social da região em que viviam. Em áreas próximas a zonas de conflito e instabilidade, a ONU constrói centros (complexos, campos ou vilas) para abrigar aqueles que, por fome, guerra ou doenças, tiveram de escapar de seu país natal. Alguns campos de refugiados chegam ao tamanho de cidades: o maior deles, localizado no Quênia , abriga mais de 400 mil pessoas. A pedido de EXAME.com, a Agência de Refugiados da ONU (UNHCR, na sigla em inglês) levantou informações sobre os maiores campos de refugiados do mundo. Embora esses sejam os dados mais atualizados, a cada dia os números podem mudar – especialmente em regiões onde o conflito ainda é intenso, como nas proximidades da Síria, onde a guerra civil já matou mais de 110 mil pessoas. Clique nas fotos e veja os maior campos de refugiados do mundo.
  • 2. 1. Dadaab, Quênia

    2 /15(Getty Images)

  • Veja também

    Localização: nordeste do Quênia, próximo à fronteira com a Somália, na África
    Habitantes: 402,361 pessoas
    Contexto: um complexo de cinco campos abriga pessoas que fugiram da guerra civil na vizinha Somália.
  • 3. 2. Dollo Ado, Etiópia

    3 /15(Giro 555/Flickr)

  • Localização: sudoeste da Etiópia
    Habitantes: 198,462 pessoas
    Contexto: complexo de cinco campos abriga somalianos que fugiram das condições precárias (fome e seca) de seu país
  • 4. 3. Kakuma, Quênia

    4 /15(Zoriah/Flickr)

    Localização: noroeste do Quênia, próximo à fronteira com o Sudão do Sul
    Habitantes: 124,814 pessoas
    Contexto: o campo abriga somalianos e sudaneses que fugiram das guerras e condições precárias em seus países de origem
  • 5. 4. Za’atri, Jordânia

    5 /15(Getty Images)

    Localização: norte da Jordânia, próximo à fronteira com a Síria
    Habitantes: 122,723 pessoas
    Contexto: abriga refugiados sírios que escaparam da guerra civil em seu país
  • 6. 5. Jabalia, Faixa de Gaza (Palestina)

    6 /15(Getty Images)

    Localização: faixa de Gaza, na Palestina
    Habitantes: cerca de 110,000 pessoas
    Contexto: abriga palestinos desde o fim da guerra árabe-israelense, em 1948
  • 7. 6. Sahrawi, Argélia

    7 /15(Getty Images)

    Localização: sudoeste da Argélia
    Habitantes: cerca de 90 mil pessoas
    Contexto: um complexo de cinco campos abriga africanos do oeste do deserto do Saara desde o conflito com forças marroquinas por questões territoriais na década de 1970
  • 8. 7. Yida, Sudão do Sul

    8 /15(Getty Images)

    Localização: norte do Sudão do Sul
    Habitantes: 70.095 pessoas
    Contexto: sudaneses que fugiram da guerra civil que separou o Sudão e agora tentam escapar de condições de miséria vivem no campo
  • 9. 8. Mbera, Mauritânia

    9 /15(Cyprien Fabre/Creative Commons)

    Localização: sudeste da Mauritânia, quase na fronteira com Mali
    Habitantes: 69.676 pessoas
    Contexto: a maioria dos refugiados fugiram do conflito no país vizinho Mali, que sofreu um golpe militar em 2012, após dez anos de relativa estabilidade. Disputas com rebeldes separatistas no norte levaram a um intervenção francesa no país e eleições foram instauradas. O novo presidente tomou posse nesta quarta-feira.
  • 10. 9. Nakivale, Uganda

    10 /15(Stephen Luke/Creative Commons)

    Localização: sul da Uganda, próximo à fronteira com a Tanzânia
    Habitantes: 68.996 pessoas
    Contexto: abriga refugiados de Ruanda desde a guerra civil e genocídio na década de 1990
  • 11. 10. Nyarugusu, Tanzânia

    11 /15(Anduze traveller/Creative Commons)

    Localização: noroeste da Tanzânia, próximo à fronteira com Burundi
    Habitantes: 68.197 pessoas
    Contexto: criado no fim da década de 1990, abriga milhares de congoleses que fugiram da guerra civil no país
  • 12. 11. Tamil Nadu, Índia

    12 /15(EC/ECHO Arjun Claire)

    Localização: sudeste da Índia
    Habitantes: 66.700 pessoas
    Contexto: um complexo com 112 campos abriga refugiados da guerra no Sri Lanka, onde guerrilheiros de uma minoria étnica lutam pelo separatismo há mais de quinze anos. Na região, ainda mais 34 mil cingaleses vivem fora dos campos de refugiados
  • 13. 12. Vila da Panian, no Paquistão

    13 /15(Reprodução/Google Maps)

    Localização: nordeste do Paquistão
    Habitantes: 56.820 pessoas
    Contexto: uma vila onde refugiados afegão vivem há mais de 30 anos, fugidos de regimes fundamentalistas e guerras em seu país
  • 14. 13. Vila de Shamshatoo, Paquistão

    14 /15(UN Photo/Eskinder Debebe)

    Localização: nordeste do Paquistão, próximo à fronteira com o Afeganistão
    Habitantes: 53.537 pessoas
    Contexto: uma vila onde refugiados afegãos vivem há mais de 30 anos, fugidos de regimes fundamentalistas e guerras em seu país
  • 15. Agora, veja imagens do ataque que deixou centenas de refugiados na Síria

    15 /15(REUTERS/Nour Fourat)

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