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ONU quer conversar sobre direitos humanos com a Coreia do Norte

Relator da ONU afirmou que a segurança não pode ser o único tema tratado com a Coreia do Norte

ONU: a comunidade internacional tem responsabilidade de que os temas críticos de direitos humanos se mantenham na agenda (Denis Balibouse/Reuters)
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EFE

Publicado em 12 de março de 2018 às 14h31.

Genebra - O relator da ONU para a Coreia do Norte , Tomás Ojea Quintana, pediu nesta segunda-feira que a eventual aproximação com o regime de Pyongyang não deve ser concentrada unicamente em questões de segurança e que é preciso considerar também a situação dos direitos humanos no país.

"A aproximação não pode ser de uma via só e centrada unicamente na segurança, já que não pode haver paz e segurança a longo prazo em um clima de impunidade e desdenho com os direitos humanos. Ambos aspectos devem se complementar e avançar paralelamente", disse Ojea.

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Em uma apresentação no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Ojea sustentou que "este é o momento adequado" para que a Coreia do Norte mostre uma abertura real aos mecanismos das Nações Unidas para supervisionar a situação dos direitos humanos em todos os países.

"A comunidade internacional tem a responsabilidade de que os temas críticos de direitos humanos se mantenham na agenda. O impulso está lá e deve ser aproveitado para que haja um diálogo significativo sobre direitos humanos", continuou.

A aceitação por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assim como a recente aproximação com a Coreia do Sul, levantaram grandes expectativas em torno da desnuclearização da península coreana e da normalização das relações da Coreia do Norte com o resto do mundo.

O relator foi encarregado pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH) para realizar o acompanhamento da evolução dos direitos e liberdades fundamentais na Coreia do Norte e elaborar relatórios periódicos a respeito, o último apresentado hoje perante este órgão.

Tanto em seu discurso perante o CDH como em seu relatório, Ojea destacou que no último ano houve uma inesperada abertura do Governo de Kim Jong-un para algumas instâncias da ONU dedicadas a áreas específicas dos direitos humanos.

Pyongyang optou assim por começar a cooperar com os comitês da ONU sobre os Direitos das Crianças e sobre os Direitos das Mulheres.

Ojea considerou que este é o melhor momento para promover a cooperação, já que as autoridades norte-coreanas negaram - como a seus antecessores - a autorização para visitar o país no tempo em que ocupa o cargo.

A delegação da Coreia do Norte não esteve presente na apresentação do relatório de Ojea.

"Acredito que desde que comecei meu mandato, dei amostras suficientes de objetividade, imparcialidade e independência, portanto não entendo por que a delegação não está aqui. Acredito que existem as condições para que possmos ter uma conversa", concluiu.

 

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