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ONU prevê 5,3 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos em 2019

Organização afirma que a migração se dá devido à crise política e econômica do país e faz apelo por fundos na região

Imagem de arquivo de imigrantes venezuelanos: ONU prevê aumento do fluxo em 2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 14h16.

A ONU afirmou, nesta sexta-feira, prever que haverá 5,3 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos até o fim de 2019, devido à crise política e econômica do país, por ocasião da publicação de seu primeiro apelo por fundos para a região.

Lançado em Genebra pela ONU, o Plano Regional de Assistência aos Refugiados e Migrantes da Venezuela (RMRP) é "o primeiro nas Américas", afirmaram o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), em comunicado conjunto.

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De acordo com agências da ONU, cerca de três milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos quais pelo menos 2,3 milhões deixaram a Venezuela a partir de 2015. A maioria deles viajou para a Colômbia e o Peru.

"Com base em números do governo, estima-se que haverá 5,3 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos até o final de dezembro de 2019", aponta a ONU em seu Plano de Resposta Regional.

Embora os venezuelanos estejam deixando o país há vários anos, esses movimentos populacionais aumentaram em 2017 e sua magnitude se acelerou ainda mais em 2018, segundo a ONU.

De acordo com as estimativas do ACNUR e da OIM, cerca de 5.500 pessoas deixaram o país por dia em 2018.

"Estamos enfrentando um terremoto humanitário", disse o enviado especial da ONU para os refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein, em entrevista coletiva.

"O pico" de partidas foi alcançado "em meados de agosto, quando o número de venezuelanos que deixaram o país ultrapassou 18.000 por dia. Hoje caiu para menos de 5.000 por dia, em média", acrescentou.

O pedido de fundos apresentado pela ONU baseia-se no pressuposto de que a situação atual continuará.

As Nações Unidas pedem 738 milhões de dólares (654 milhões de euros) para ajudar 2,7 milhões de pessoas (2,2 milhões de venezuelanos e 500.000 pessoas nas comunidades de acolhimento) em 16 países.

Na terça-feira, a Comissão Europeia anunciou que vai destinar 20 milhões de euros (22,8 milhões de dólares) para atender os migrantes venezuelanos.

"Eu vi a angústia e o sofrimento de muitos venezuelanos, que se viram obrigados a abandonar suas casas pela crise", afirmou o comissário europeu de Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, em um comunicado.

O êxodo de venezuelanos que fogem da situação econômica desastrosa é considerado pela ONU o maior deslocamento de pessoas na história recente da América Latina.

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, mas está mergulhada numa profunda crise econômica e sob sanções financeiras dos Estados Unidos.

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