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ONU: países pobres são exemplo em redução de emissões

Organização pediu que os países ricos se inspirem nos mais pobres para combater o problema

Cidade de Vatia, em Samoa: país vai se tornar neutro em carbono (Torsten Blackwood/AFP)

Cidade de Vatia, em Samoa: país vai se tornar neutro em carbono (Torsten Blackwood/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2011 às 17h25.

Daca, Bangladesh - Alguns dos países mais afetados pelas mudanças climáticas deveriam servir de "inspiração" para os países ricos na redução de suas emissões, afirmou esta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, durante conferência em Bangladesh.

Em discurso ao Fórum Climático Vulnerável - que reúne os países mais afetados pelas mudanças climáticas -, Ban elogiou as nações com territórios pouco acima ou abaixo do nível do mar, como as Maldivas, a Costa Rica e Samoa pelo compromisso de se tornarem neutras em carbono.

"Neste momento de incerteza econômica global, que o compromisso (destes países) com um crescimento verde sirva de inspiração para países mais desenvolvidos, os grandes emissores", afirmou.

Ban disse ser injusto "pedir aos mais pobres e vulneráveis que arquem com o impacto das mudanças climáticas sozinhos" e pediu a liberação de recursos para ajudar os países pobres a se adaptarem ao aquecimento global.

Espera-se que a reunião em Dacca dos 18 países mais afetados pelas mudanças climáticas produza uma frente unida com vistas às negociações climáticas da ONU em Durban, na África do Sul, em dezembro, onde será negociado o Fundo Climático Verde.

Ban também elogiou o empobrecido Bangladesh por se tornar um "líder mundial na preparação de desastres".

Usando sistemas de alerta e voluntários comunitários, Bangladesh conseguiu reduzir significativamente o número de mortos em ciclones, mostrando ao mundo que "os riscos naturais não precisam causar catástrofes humanas", disse Ban.

Bangladesh está construindo mais abrigos anticiclone, ampliando seu esquema de resistência agrícola climática e plantando hortaliças na costa, usando o dinheiro do fundo climático doméstico para este fim.

O fórum refletiu o fato de o ritmo das negociações climáticas internacionais ser "muito lento e inadequado", segundo a premier bengalesa, Sheikh Hasina, em discurso na abertura do evento, esta segunda-feira.

"Estamos arcando com o peso dos danos, embora nossa contribuição tenha sido desprezível ou nenhuma. Isto constitui uma enorme injustiça e exige imediata retificação e reparo", afirmou.

Entre os países reunidos em Dacca estão Afeganistão, Butão, Costa Rica, Etiópia, Maldivas, Nepal e Filipinas.

O fórum não é apenas um esforço para convocar os países ricos a ajudar os mais vulneráveis. É "um convite para trabalharmos juntos", disse à AFP o ex-presidente da Costa Rica, José Maria Figueres Olsen.

"Esta é uma oportunidade de ganha-ganha. O baixo carbono é um bom negócio", afirmou, acrescentando que os países ricos devem ver a crise econômica atual como uma boa oportunidade para avançar rumo a uma economia de baixo carbono.

"Estamos tentando voltar a fazer negócios como antes, mas a crise econômica atual é realmente uma oportunidade de mudarmos o paradigma", emendou.

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