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ONU denuncia violenta repressão de protestos no Bahrein

Segundo a comissária para os direitos humanos, assassinatos, detenções arbitrárias e agressões estão ocorrendo no país

Manifestação no Bahrein: forças internacionais no país atacaram equipes médicas (AFP)

Manifestação no Bahrein: forças internacionais no país atacaram equipes médicas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 09h09.

Genebra - A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, denunciou nesta quinta-feira a violenta repressão dos protestos políticos no Bahrein e os obstáculos que as forças de segurança estão impondo no atendimento médico a civis feridos.

"Meu escritório recebeu ligações e e-mails de pessoas aterrorizadas no Bahrein pelas intenções das Forças Armadas", declarou a representante das Nações Unidas.

Ela revelou que conta com informações sobre assassinatos, detenções arbitrárias e agressões, além da tomada de controle de vários hospitais por parte de forças de segurança, particularmente pela Polícia, pelo Exército e pelas do Conselho de Cooperação do Golfo.

Estas últimas são forças enviadas por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros países da região em resposta ao pedido de ajuda militar do Bahrein.

A atuação destas tropas contra serviços médicos foi qualificada pela alta comissária da ONU como uma "violação escandalosa e flagrante do direito internacional".

Essas forças atacaram equipes médicas e impediram sua entrada ou saída do principal hospital de Manama, do qual ainda foi cortada a eletricidade da qual depende a vida de pacientes em estado grave.

A isto se acrescenta a obstrução da passagem de ambulâncias que transportam feridos das manifestações.

Várias pessoas morreram na repressão dos protestos que reivindicam a instauração de uma monarquia parlamentar e eleições livres.

A representante da ONU advertiu aos integrantes das forças de segurança que cometem tais ações que seus atos serão julgados de acordo com as leis internacionais, inclusive se forem resultado de ordens superiores.

Além disso, ela disse que é preocupante a declaração do estado de emergência por três meses no Bahrein e lembrou às autoridades que nenhum direito fundamental pode ser derrogado.

"Peço ao Governo que não use a força contra manifestantes desarmados e que facilite o atendimento médico dos feridos", ressaltou.

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