O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia sido escolhido para discursar no primeiro dia do evento, mas ele cancelou a participação
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 06h34.
Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 07h38.
Assunto não vai faltar na 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta segunda-feira, em Genebra, na Suíça, e vai até o dia 29 de setembro. Logo no início do evento, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que o governo venezuelano de Nicolás Maduro pode ter cometido “crimes contra a humanidade”.
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Hussein ainda pediu uma investigação internacional contra o governo venezuelano, lembrando que uma apuração recente feita por seu escritório acusou o governo de “uso excessivo da força” e de “violações de direitos humanos”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia sido escolhido para discursar no primeiro dia do evento, mas ele cancelou a participação no evento e afirmou que o ministro de Relações Exteriores Jorge Arreaza participará das discussões em seu lugar.
O regime político no país deve ser central nas discussões do conselho, uma vez que a própria ONU já afirmou que “a democracia venezuelana está à beira da morte”.
Mais de 100 pessoas foram mortas em protestos contra o governo este ano, sendo 73 atribuídas ao governo segundo investigação do Conselho, e mais de 5.000 foram detidas.
Maduro afirma que tem sofrido perseguição — e chegou a afirmar que o “pseudo relatório” da ONU era baseado em mentiras. O governo da Síria é outro que tem se dedicado a condenar o trabalho do conselho, que condena os abusos cometidos pelo regime de Bashar al-Assad, especialmente no que condiz ao uso de armas químicas contra seu próprio povo.
Um diplomata sírio chegou a afirmar que o conselho é uma “máquina de propaganda barata” e que faz acusações sem base tangível.
Os ataques mostram que o conselho tem incomodado. Mas suas cadeiras têm sido ocupadas cada vez mais por países classificados como “não-livres”.
Em outubro, haverá eleição para novos membros, e já é certo que Afeganistão e Catar vão passar a integrar o conselho. As respostas também não estão efetivas: em março, o conselho determinou que violações na Coreia do Norte seriam passíveis de processos legais, mas as medidas não têm conseguido parar o programa nuclear do país.
O Brasil também vai estar na mira dos debates, especialmente no que condiz ao direito dos povos indígenas, assunto que será abordado em detalhes no dia 20.