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ONU denuncia preços elevados e voláteis dos alimentos

Entidades ligadas a organização alertam principalmente para problemas que isso pode gerar na África

Os países pequenos dependentes das importações são os mais ameaçados (Menahem Kahana/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 13h56.

Roma - As três organizações das Nações Unidas com sede em Roma, FAO, FIDA e PMA, denunciaram nesta segunda-feira a "volatilidade" e o "elevado aumento" dos preços dos alimentos e pediram medidas "contundentes" diante de um aumento da fome e da pobreza no mundo.

No relatório anual sobre a fome no mundo 2011, os responsáveis das organizações da ONU em Roma advertiram que "os países pequenos dependentes das importações - em particular na África - são os mais ameaçados".

"A volatilidade e os preços elevados dos alimentos continuarão e possivelmente vão aumentar, fazendo com que os agricultores, consumidores e países pobres sejam mais vulneráveis à insegurança alimentar e à pobreza", indicaram.

Segundo o informe, produzido em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), a crise econômica e alimentar mundial iniciada nos anos de 2006-2008 continua afetando os países pobres.

"Estão sendo dificultados nossos esforços com o intuito de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir à metade a porcentagem de pessoas que têm fome no mundo para 2015", ressaltaram.

"Mas inclusive se estes objetivos forem alcançados, nos países em desenvolvimento continuarão existindo cerca de 600 milhões de pessoas subnutridas. O fato de existirem 600 milhões de seres humanos com fome todos os dias é inaceitável", reconhecem Jacques Diouf (FAO), Kanayo F. Nwanze (FIDA) e Josette Sheeran (PMA).

"Toda a comunidade internacional deve agir já e fazê-lo de forma enérgica para erradicar a insegurança alimentar do planeta", acrescentaram.

Os dirigentes das três agências especializadas em temas de agricultura e alimentação solicitam que os governos se comprometam a garantir normas "transparentes e previsíveis" que "promovam o investimento privado e favoreçam o aumento da produtividade agrícola".


Também solicitam a redução "do desperdício de alimentos nos países desenvolvidos" através da educação e de políticas adequadas.

"É fundamental realizar uma gestão mais sustentável de nossos recursos naturais, florestais e pesqueiros para a segurança alimentar de muitos dos membros mais pobres da sociedade", indicam no informe.

Os especialistas analisam as consequências dos preços altos e voláteis, identificados como fatores que "contribuem de forma importante para a insegurança alimentar em nível mundial e fonte de grave preocupação para a comunidade internacional".

"A volatilidade dos preços alimentícios pode aumentar na próxima década devido aos vínculos mais estreitos entre os mercados agrícolas e os energéticos, e pelo aumento dos fenômenos meteorológicos extremos", indicam.

Para as agências, um dos impactos mais preocupantes é em relação às crianças menores de 3 anos, já que um menor consumo de alimentos nesta faixa etária pode reduzir "de forma permanente" suas capacidades para o futuro.

"As oscilações dos preços afetam os países, populações e famílias de formas muito diferentes", sustenta o documento.

"Os mais expostos são os pobres e vulneráveis, em particular na África, onde o número de pessoas desnutridas aumentou 8% entre 2007 e 2008, enquanto se manteve praticamente constante na Ásia", ressalta o informe.

Os especialistas afirmam que, "embora alguns países grandes tenham conseguido proteger seus mercados alimentícios das turbulências internacionais através de uma combinação de restrições comerciais, redes de segurança para a população pobre e utilização das reservas alimentícias, o isolamento comercial aumentou o nível dos preços e sua volatilidade nos mercados internacionais e agravou o impacto da escassez de alimentos nos países dependentes das importações".

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Roma - As três organizações das Nações Unidas com sede em Roma, FAO, FIDA e PMA, denunciaram nesta segunda-feira a "volatilidade" e o "elevado aumento" dos preços dos alimentos e pediram medidas "contundentes" diante de um aumento da fome e da pobreza no mundo.

No relatório anual sobre a fome no mundo 2011, os responsáveis das organizações da ONU em Roma advertiram que "os países pequenos dependentes das importações - em particular na África - são os mais ameaçados".

"A volatilidade e os preços elevados dos alimentos continuarão e possivelmente vão aumentar, fazendo com que os agricultores, consumidores e países pobres sejam mais vulneráveis à insegurança alimentar e à pobreza", indicaram.

Segundo o informe, produzido em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), a crise econômica e alimentar mundial iniciada nos anos de 2006-2008 continua afetando os países pobres.

"Estão sendo dificultados nossos esforços com o intuito de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir à metade a porcentagem de pessoas que têm fome no mundo para 2015", ressaltaram.

"Mas inclusive se estes objetivos forem alcançados, nos países em desenvolvimento continuarão existindo cerca de 600 milhões de pessoas subnutridas. O fato de existirem 600 milhões de seres humanos com fome todos os dias é inaceitável", reconhecem Jacques Diouf (FAO), Kanayo F. Nwanze (FIDA) e Josette Sheeran (PMA).

"Toda a comunidade internacional deve agir já e fazê-lo de forma enérgica para erradicar a insegurança alimentar do planeta", acrescentaram.

Os dirigentes das três agências especializadas em temas de agricultura e alimentação solicitam que os governos se comprometam a garantir normas "transparentes e previsíveis" que "promovam o investimento privado e favoreçam o aumento da produtividade agrícola".


Também solicitam a redução "do desperdício de alimentos nos países desenvolvidos" através da educação e de políticas adequadas.

"É fundamental realizar uma gestão mais sustentável de nossos recursos naturais, florestais e pesqueiros para a segurança alimentar de muitos dos membros mais pobres da sociedade", indicam no informe.

Os especialistas analisam as consequências dos preços altos e voláteis, identificados como fatores que "contribuem de forma importante para a insegurança alimentar em nível mundial e fonte de grave preocupação para a comunidade internacional".

"A volatilidade dos preços alimentícios pode aumentar na próxima década devido aos vínculos mais estreitos entre os mercados agrícolas e os energéticos, e pelo aumento dos fenômenos meteorológicos extremos", indicam.

Para as agências, um dos impactos mais preocupantes é em relação às crianças menores de 3 anos, já que um menor consumo de alimentos nesta faixa etária pode reduzir "de forma permanente" suas capacidades para o futuro.

"As oscilações dos preços afetam os países, populações e famílias de formas muito diferentes", sustenta o documento.

"Os mais expostos são os pobres e vulneráveis, em particular na África, onde o número de pessoas desnutridas aumentou 8% entre 2007 e 2008, enquanto se manteve praticamente constante na Ásia", ressalta o informe.

Os especialistas afirmam que, "embora alguns países grandes tenham conseguido proteger seus mercados alimentícios das turbulências internacionais através de uma combinação de restrições comerciais, redes de segurança para a população pobre e utilização das reservas alimentícias, o isolamento comercial aumentou o nível dos preços e sua volatilidade nos mercados internacionais e agravou o impacto da escassez de alimentos nos países dependentes das importações".

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