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ONU denuncia bloqueio de ajuda à Síria e ataques a civis

O funcionário também advertiu que os assentamentos para deslocados internos nas províncias de Idlib e Aleppo já superaram a sua capacidade

Síria: "É necessário alcançar um acordo que facilite a assistência humanitária sem as interferências constantes" (Omar Sanadiki/Reuters)

Síria: "É necessário alcançar um acordo que facilite a assistência humanitária sem as interferências constantes" (Omar Sanadiki/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de maio de 2017 às 22h15.

Nações Unidas - A ONU denunciou nesta terça-feira o bloqueio ao fornecimento de ajuda humanitária na Síria e o uso da fome como "tática de guerra" pelos lados em conflito, enquanto continuam os ataques generalizados contra hospitais e civis.

"Não podemos ficar em silêncio enquanto as partes deste conflito continuam utilizando a fome como método de guerra e impedem a entrega de água, comida e material sanitário", alertou o chefe humanitário da ONU, Stephen O'Brien, perante o Conselho de Segurança.

O'Brien lembrou que, apesar de a violência ter se apaziguado em algumas partes do país, o conflito segue causando consequências "devastadoras" na população civil, que "carece dos recursos mais básicos" para sobreviver e se vê "obrigada a escolher entre morrer, passar fome ou fugir para o incerto".

"É necessário alcançar um acordo que facilite a assistência humanitária sem as interferências constantes, as restrições burocráticas, a retirada de material médico e os bloqueios no acesso (às zonas sitiadas)", detalhou.

Além disso, advertiu que os assentamentos para deslocados internos nas províncias de Idlib e Aleppo já superaram a sua capacidade, enquanto os comboios de ajuda humanitária enfrentam grandes obstáculos para chegar aos mais necessitados.

"Mais de 100.000 pacotes de material médico foram retirados dos nossos comboios desde o início deste ano, e os ataques contra hospitais e centros médicos são cada vez mais frequentes", assegurou.

O chefe humanitário da ONU expressou também sua preocupação pelos ataques aéreos contra civis realizados nas últimas semanas em cidades como Al Raqqa, o maior bastião do Estado Islâmico (EI) na Síria, dos quais foram vítimas mais de 100.000 pessoas, muitas delas mulheres e crianças.

"Dezenas de milhares de crianças foram assassinadas, e muitos das que conseguiram sobreviver foram torturadas, vítimas de violência sexual ou recrutadas forçosamente por terroristas", declarou O'Brien.

A ONU estima que cerca de sete milhões de criança na Síria vivem na pobreza, enquanto 1,7 milhão não podem ir ao colégio, já que milhares de escolas ficaram destruídas ou inacessíveis como consequência da guerra.

"Que tipo de futuro tem um país cuja próxima geração é uma geração perdida? O que está em jogo não é a situação política, senão as vidas e o futuro destas crianças", ponderou O'Brien.

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