Mundo

ONU critica novos projetos de assentamentos israelenses

A imprensa israelense informou que o governo quer construir centenas de novas casas nas colônias do norte da Cisjordânia

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 14h32.

Nova York - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que os últimos projetos de colônias israelenses em territórios palestinos violam as leis internacionais e comprometem as perspectivas de paz na região.

Segundo o porta-voz Martin Nesirky, Ban está "muito preocupado com a continuação da colonização israelense na Cisjordânia "em violação das leis internacionais" e pede que Israel "congele suas atividades de colonização e respeite os compromissos contraídos dentro das leis internacionais e do Mapa da Paz" em relação a um acordo de paz com os palestinos.

A imprensa israelense informou que o governo quer construir centenas de novas casas nas colônias do norte da Cisjordânia.

De acordo com o jornal Jerusalem Post, além da construção de 538 novas casas na colônia de Itamar, na semana passada foi transmitida às autoridades locais uma demanda para legalizar 137 residências.

O jornal Haaretz cita 537 novas casas e a possibilidade de legalizar outras 130.

O Jerusalem Post também informa sobre a possível construção de 550 casas em Brunchin, uma colônia não autorizada pelo governo de Israel mas que foi legalizada retroativamente em abril de 2012.

A colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e os palestinos. Os palestinos pedem uma moratória como condição para voltar à mesa de negociações, mas Israel rejeita qualquer tipo de condição prévia.


A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios palestinos ocupados, independente de terem sido autorizadas ou não pelo governo israelense.

Mais de 360.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e quase 200.000 nas zonas de colonização de Jerusalém Oriental.

O anúncio de novas residências nas colônias coincide com os esforços nas últimas semanas do secretário de Estado americano, John Kerry, para reativar o processo de paz.

A ONG israelense contrária à colonização Paz Agora afirmou que sabia que as conversações sobre Itamar aconteciam há algum tempo, mas que está surpresa com a magnitude do projeto em Bruchin, que multiplica por 10 o tamanho da colônia, que tem atualmente por volta de 50 residências permanentes.

A Autoridade Palestina exige como condição prévia para a retomada das negociações de paz o congelamento total da colonização, assim como que o governo israelense aceite as fronteiras de 'fato', anteriores à ocupação pelo Estado de Israel, em 1967, de Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.

"Consideramos que as novas decisões sobre as colônias israelenses na Cisjordânia provocarão o fracasso dos esforços do governo americano", afirmou Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

"Esta política de construção de colônias não levará à paz, e sim provocará tensão e instabilidade em nossa região e no mundo", completou.

Acompanhe tudo sobre:IsraelONUPalestina

Mais de Mundo

Zelensky quer que guerra contra Rússia acabe em 2025 por 'meios diplomáticos'

Macron espera que Milei se una a 'consenso internacional' antes da reunião de cúpula do G20

Biden e Xi Jinping se reúnem antes do temido retorno de Trump

Incêndio atinge hospital e mata 10 recém-nascidos na Índia